A pandemia fez com que o crescimento do uso de canais digitais dos bancos acelerasse ainda mais. A informação foi feita pelo vice-presidente executivo do banco Bradesco, André Cano, em uma mesa redonda virtual realizada nesta quarta-feira (11), em parceria com o IBM e o jornal Valor.
Segundo Cano, o aumento se deve pelo fato de que na pandemia do coronavírus a principal recomendação é evitar aglomerações, então, as pessoas começaram a usar a tecnologia e tomar gosto por isso.
No Bradesco, o volume de transações no canal móvel cresceu mais de 30%, fazendo com que pessoas que ainda não eram digitais no banco, passassem a ser.
“Um grupo de pelo menos 2 milhões de clientes que não eram digitais passaram a ser nessa pandemia”, diz Cano.
O gerente geral da IBM, Tonny Martins, disse que o tempo de adoção para a tecnologia como um elemento central das relações de empresas e clientes vai cair para um terço do previsto antes da pandemia, causada pelo coronavírus.
“O que a gente esperava que iria acontecer em cinco ou seis anos em termos de transformação digital vai ocorrer em dois anos”, avalia o gerente da IBM.
Já o diretor de Política de Negócios e Operações da Febraban, Leandro Vilain, acredita que esse aumento vai se manter ou até crescer após o isolamento social.
“As pessoas estão experimentando maior comodidade e maior conveniência e acho que devemos observar uma quantidade pequena de pessoas voltando ao mundo analógico depois de fazer as transações pelos meios digitais”, considera Vilain.
Muitos usuários, como os idosos, estão descobrindo agora a comodidade de utilizar a internet para pagar suas contas, consultar saldo do banco e entre outras funções.
Isso está fazendo com que os bancos também façam mais investimentos nesses canais, para aperfeiçoar os serviços e entregar mais vantagens para os clientes.
Neste ano, o Bradesco teve um lucro recorrente de cerca de R$3,75 bilhões no primeiro trimestre, com uma queda de 39,8% se comparado ao mesmo período do ano passado.