Vendas no varejo caem em 38% no mês de abril, aponta Serasa

Por conta das restrições de mobilidade e do isolamento social impostas por conta da pandemia causada pelo coronavírus, as vendas no varejo obtiveram o seu pior resultado em duas décadas.

Vendas no varejo caem em 38% no mês de abril, aponta Serasa
Vendas no varejo caem em 38% no mês de abril, aponta Serasa (Foto: Google)

De acordo com os dados do Indicador de Atividade do Comércio apurado pela Serasa Experian, as vendas no varejo apresentaram um recuo expressivo de 31,8% no mês de abril, se comparado com o mesmo período de 2019.

Essa queda é a mais intensa desde o mês de janeiro de 2001, início da série histórica.  No mês de janeiro de 2002 havia sido a última vez que o comércio tinha tido um tombo tão expressivo, no qual a baixa foi de 16,5%.

Se for realizada a comparação mensal do indicador aponta uma piora no volume de vendas, entre os meses de março e abril houve uma queda de 19,4%. 

A queda vem logo após a uma outra queda que foi observada entre fevereiro e março, com queda de -16,2%. Isso mostra que houve uma intensificação no cenário desfavorável para o comércio. 

Neste ano, o indicador já acumulou resultados negativos de 10,1%,se comparado com os quatro primeiros meses do ano passado. 

Segundo o economista, Luiz Rabi, da Serasa Experian, apontou que os resultados são reflexo das medidas de distanciamento social adotadas para combater a crise sanitária.

“Com estabelecimentos comerciais de portas fechadas, lojistas viram seus estoques aumentarem e a demanda por produtos diminuir”, explica Rabi. 

Ele ainda disse que é um momento que se faz necessário que os comerciantes se inovem para que consigam fazer as suas vendas de forma rápida, e evitem a paralisação do seu negócio. 

“A internet e os serviços de entrega são uma solução criativa, mas ainda insuficientes para reverter prejuízos, pois não funcionam para qualquer tipo de negócio”, diz.

Segundo o indicador, os segmentos que mais dependem do consumo por meio de crédito sofreram os resultados mais negativos em abril. 

O destaque é para o setor de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática, que puxaram a queda do indicador com um recuo expressivo de -39,9% na comparação com o ano passado.

Os estabelecimentos que comercializam tecidos, vestuário, calçados e acessórios aparecem em seguida com uma queda de -39,6%. O ramo de veículos, motos e peças (-33,1%) e o de material de construção (-32,1%), completam o ranking.

Os setores que apresentaram quedas menos intensas são ligados a produtos de primeira necessidade, como supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-24,3%) e combustíveis e lubrificantes (-19,3%).

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