Em entrevista a GloboNews, o governador João Doria, afirmou que neste momento não haverá lockdown no estado de São Paulo. Em contrapartida, ele falou sobre a implantação de uma espécie de “quarentena inteligente” a partir do próximo mês.
Doria disse que mesmo que não haja nenhum plano de lockdown imediato, o estado será monitorado todos os dias com o sistema de monitoramento inteligente.
“Não é imaginável que possamos não ter uma nova quarentena a partir de 1º de junho, mas será uma quarentena inteligente. Ela vai levar em conta toda a regionalização de São Paulo, no interior, capital, região metropolitana, litoral. A decisão não será homogênea. Agora, podemos fazer heterogênea, seguindo orientação do comitê de saúde. Áreas que definam flexibilização cuidadosa e em etapas, serão levadas em consideração. Onde não puder, não será”, afirmou Dória.
Todos os detalhes sobre a quarentena inteligente serão divulgados amanhã quarta-feira (27), em uma coletiva de imprensa.
Plano São Paulo com quarentena inteligente
Conforme foi passado com exclusividade pela Globo News, os 645 municípios do estado de São Paulo serão divididos em fases. Podendo passar para frente, ou retroceder nessas etapas.
O Plano São Paulo, como é chamado o projeto de retomada, prevê os seguintes critérios para liberar a reabertura gradual da economia a partir do dia 1° de junho:
Isto é, a cidade em questão deve ter isolamento mínimo de 55%, redução do número de casos por 14 dias, desocupação dos leitos de UTI com índice de 60%. Ao todo, serão 4 fases que vão liberando os serviços gradativamente:
- Fase 1 (a partir de 01/06): Reabertura de comércios com área de até 400 m², mesmo que estejam dentro de shoppings;
- Fase 2 (a partir de 20/06): Reabertura de lojas maiores com área superior a 400 m², mesmo que estejam dentro de shoppings;
- Fase 3 (a partir de 01/07): Reabertura de hotéis, pensões e demais acomodações;
- Fase 4 (a partir de 20/07): Volta de academias, cinemas, shows, cultos religiosos, missas, teatros, parques, creches, escolas e universidades.
Vale dizer que estas são expectativas, e que se a cidade demonstrar piora no índice de contaminação e não conseguir alcançar o patamar de diminuição do contágio em 14 dias consecutivos, a fase é paralisada ou retrocedida a ordem anterior.
Medidas complementares podem ser tomadas
Mesmo descartando a aplicação do lockdown neste momento, o governador disse que isto não significa que o governo esteja impedido de adotar medidas complementares nos lugares que indicarem um nível de isolamento social baixo, e que estejam com seus leitos de UTI altamente ocupados. A quarentena inteligente terá como base informações e tecnologia.
O governador também agradeceu à população de São Paulo pelo esforço empregado para se manter em isolamento social nos dias de feriados antecipados. No último domingo o índice de isolamento atingiu 55%, o maior registro desde o início deste mês.
“Tem que cumprimentar todas as pessoas. Subimos o índice. É a melhor taxa dos últimos 21 dias. Temos que ser gratos a quem respeitou a orientação, e minha gratidão foi expressa no tweet que fiz”, comemorou Dória.
Doria nega desentendimentos com o prefeito Bruno Covas
Na ocasião, o governador negou que existam divergências entre ele e Bruno Covas (PSDB) o atual prefeito de São Paulo nas decisões sobre o enfrentamento a pandemia do coronavírus.
Ele afirma que sua relação com Bruno e sua equipe é a melhor possível desde do começo das medidas de quarentena, tudo corre em harmonia.
Ele aproveitou para alfinetar o Governo Federal dizendo que nas reuniões entre ele e o prefeito, todos ouvem e dão opiniões sem palavrões, ofensas ou discussões.