Pequenas empresas NÃO conseguem ajuda do governo e sofrem com falência

A pandemia do coronavírus causou um verdadeiro rebuliço na economia brasileira e no orçamento das pequenas empresas. O mês de abril terminou registrando um aumento no número de pedidos de falência e recuperação judicial, em comparação com o mês de março. Estes números tendem a aumentar nos meses seguintes, perante uma estimativa de queda acentuada na economia mundial em decorrência do coronavírus.

Pequenas empresas NÃO conseguem ajuda do governo e sofrem com falência
Pequenas empresas NÃO conseguem ajuda do governo e sofrem com falência (Foto: Pixabay)

Em abril foram contabilizados cerca de 120 pedidos de recuperação judicial em todo o país, um aumento de 46,3% se comparado com o mês de março.

Já os pedidos de falência foram 75 registrados, um aumento de 25% também em comparação com o mês de março. As informações foram divulgadas pelo levantamento mensal da Serasa Experian.

Os números registrados foram altos, porém ainda menores dos registrados em abril do ano passado. Confira o gráfico abaixo:

Pedidos de falência e recuperação judicial — Foto: Economia G1

Luiz Rabi economista do Serasa, diz que diante das medidas de isolamento social e medidas tomadas para o combate do coronavírus, muitos cartórios e varas judiciais não estão em pleno funcionamento, o que pode ter causado um represamento nos pedidos.

Isto significa que os números divulgados possam aumentar, e ainda perante a expectativa de forte recessão, ele prevê que aconteça um grande números de pedidos ao longo de todo o ano. Luiz acredita que possa acontecer um retorno ao patamar recorde atingido na crise econômica de 2016.

“Com a recessão se instalando e com as dificuldades que vários setores estão apresentando, tanto o número de falências quando de recuperações judiciais é esperado que aumentem. Independentemente do tempo de isolamento, os impactos na economia já ocorreram e vão demorar para ser integralmente superados”, disse Luiz.

Já o advogado Guilherme Marcondes especialista em recuperação judicial, acredita que a crise este ano será ainda maior que as de 2016 e 2017, pois se trata de uma recessão em todo o mundo e sem previsão de término.

Guilherme também faz um alerta sobre recuperação judicial. Ele diz que esta ferramenta precisa ser usada com cuidado, já que ela não é garantia de concessão de acordos com os credores e não diminui o risco de falência.

O levantamento do Serasa mostrou que o setor de serviços foi o mais atingido pela crise e teve 92 pedidos de recuperação judicial. No mês de março foram 44 pedidos.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.