Crise do coronavírus gera queda no valor da gasolina e da carne. Considerados produtos em elevação, até o mês de janeiro, os combustíveis e cortes bovinos estão passando por reajustes constantes em seus preços finais de revenda. O motivo da redução está associado a pandemia, que vem alterando o cenário econômico como um todo. Enquanto outros setores estão encarecendo seus produtos, ambos passaram a adotar um regime de quarentena, proporcionando ofertas mais em conta para o consumidor.
Gasolina
A gasolina vem passando por quedas desde o início do ano. Primeiramente, o setor foi modificado pelo impacto do mercado internacional, com o confronto entre a Rússia e a Arábia. Na sequência, a proliferação da pandemia fez com que a Petrobras aplicasse uma série de cortes.
Murilo Barco, diretor comercial da Valêncio Consultoria Combustíveis, defende que para poder chegar a esse valor que está nas bombas, os consumidores devem levar em consideração que há taxações de impostos, custos de distribuição e logística, variação do etanol anidro (27% do combustível final) e a diminuição do consumo no posto.
Segundo ele, a redução ainda não é maior, na revenda final, porque os postos ainda estão com uma grande quantia adquirida no começo do ano, com os valores ainda não modificados. A necessidade do isolamento social faz com que o abastecimento seja reduzido, e por isso, o produto vem sendo rebaixado gradativamente.
Carnes
Entre os produtos que também estão mais acessíveis, estão as carnes bovinas, suína e frango. Para esse segmento, o motivo das reduções dos valores está associado ao fechamento de churrascarias e restaurantes, que fazem com que haja uma queda no consumo e uma perda no poder aquisitivo.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, consultor especialista em proteína animal da consultoria Safras & Mercado, as reduções devem ser vistas como uma oportunidade, logo após o pico de elevação dos preços em janeiro, com a crise da China.
Ele explica que o atual cenário de instabilidade econômica, motivado pela quarentena, contribui para que o produto seja menos disputado.
“Churrascarias e restaurante representam uma parcela significativa desse mercado, e não estão funcionando de maneira plena. Isso mexe com a demanda, em especial por cortes nobres. Além disso, querendo ou não, há encolhimento de renda, a incerteza do consumidor é maior. Neste cenário, ele opta ou por não comprar proteína animal ou por uma opção mais barata”, afirma Iglesias.