O Banco do Nordeste (BNB), que é responsável por 66% do microcrédito urbano do Brasil, quer emprestar neste ano ao menos R$13 bilhões para os empreendedores informais, 25% a mais que no ano passado. Além disso, quer ampliar o número de clientes de 2,5 milhões para 3 milhões.
O diretor financeiro do Banco, Antônio Jorge Guimarães, comentou que o valor pode ser ainda maior.
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“Esses números podem ser maiores. A orientação é não fazer contingenciamento e atender toda demanda que surgir no microcrédito nessa crise”, disse.
O BNB está se esforçando para que se concentre a maior parte dos desembolsos nos meses que vão de abril até setembro, período em que os empreendedores possuem mais dificuldades.
Para a categoria de microcrédito urbano, o banco está oferecendo a suspensão do pagamento das parcelas por 30 dias e alongamento do prazo médio das operações de cinco para sete meses.
Já para as pequenas empresas formais, o BNB lançou uma linha de capital de giro subsidiada com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), com taxas que vão de 0,35% a 0,37% ao mês e com prazo de 12 a 36 meses.
Está previsto que seja emprestado um total de R$5 bilhões para pequenas empresas neste ano, gerando assim um aumento de 50% em relação à 2019.
De acordo com Guimarães, a meta do banco, diante de uma provável retração da atividade econômica, é cumprir o orçamento de R$45 bilhões que incluem os financiamento de longo prazo.
Sem apontar números, o diretor financeiro diz que as agências do banco estão reportando nas últimas semanas um aumento significativo por novos empréstimos e renegociação de dívidas.
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Apesar disso, Guimarães ressaltou a importância da resolução 4.782, do Banco Central, na qual as instituições financeiras estão autorizadas a renegociar as dívidas dos seus clientes não problemáticos, ou seja, que não tenham inadimplência em até 89 dias, sem degradar a nota de risco e, portanto, sem necessidade de aumentar a provisão para devedores duvidosos no seus balanços.
Devido ao coronavírus, pandemia que registra um alto índice de contágio, milhares de comércios estão tendo que fechar suas portas. O público deixou de frequentar os centros de compras, e por isso, empreendedores informais têm sofrido com a instabilidade de renda.