Construção do Minha Casa, Minha vida vira motivo de discussão com índios e ambientalistas. Desde a última semana de janeiro, a região do pico do Jaraguá, localizada na Zona Norte de São Paulo, vem sendo palco para um embate no que diz respeito as obras de um novo conjunto habitacional do projeto. Índios e demais representantes de instituições ambientais ocuparam a região na tentativa de impedir o desmate.
Segundo eles, há duas aldeias há menos de 500 metros de onde o projeto deverá ser erguido. Além disso, defendem que a construção irá ameaçar árvores que já encontram-se em risco de extinção.
A manifestação teve início no dia 30 de janeiro, quando a empreiteira Tenda começou a limpeza da área, derrubando mais de 500 árvores. Desde então, a região foi tomada por ativistas, artistas, ambientalistas e políticos que defendem a sua preservação. Pelo planejamento apresentado, seriam construídos 11 blocos, contabilizando cerca de 880 apartamentos.
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“Não é uma reivindicação da terra. A reivindicação é que nenhuma árvore seja derrubada, que nenhum prédio seja levantado sem um estudo de impacto”, defendeu um dos militantes, Thiago Henrique Karai Djekupe, de 26 anos.
Como forma de apoio, os manifestantes solicitaram que o Ibama e a Fundação Nacional do Índio (Funai) se posicionassem quanto a construção. Em resposta, a prefeitura alegou que o terreno não é considerado de propriedade indígena e por isso a há aprovação para dar continuidade às obras.
Gilberto Natalini (PV), vereador de SP, possui um projeto em andamento na Câmara Municipal para que o espaço onde seria erguido os prédios se torne uma praça. Ele defende que a proposta proporcionaria uma integração entre a sociedade civil e o meio ambiente, incentivando o cuidado para com as terras.
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“A Prefeitura tem sido omissa nessa discussão toda, não compareceu nas audiências. Se houver violência na ação de terça, se alguém ficar ferido, a Prefeitura tem culpa”, afirmou.
Em resposta, a Tenda argumentou que “possui todos os documentos necessários de legalização do empreendimento, nas três esferas do Executivo.”
Segundo seus gestores, a marca irá recorrer ao processo, alegando “respeitar os questionamentos da comunidade indígena local e reitera que o projeto prevê preservação de 50% da área”.
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