Entrega dos imóveis do Minha Casa Minha Vida em Uberaba atrasam 7 anos

Cidadãos da cidade de Uberaba encontram dificuldades para poder realizar o sonho da casa própria. Na região, as obras sob responsabilidade do Minha Casa Minha Vida não estão sendo entregues, fazendo com que os beneficiários esperem por mais de 7 anos. Segundo um levantamento feito pelo portal G1, há cerca de 540 imóveis inacabados, tendo suas estruturas desgastadas pelo tempo e abandono da reforma.

Entrega dos imóveis do Minha Casa Minha Vida em Uberaba estão atrasadas há 7 anos (Imagem: Reprodução - Google)
Entrega dos imóveis do Minha Casa Minha Vida em Uberaba estão atrasadas há 7 anos (Imagem: Reprodução – Google)

O motivo pela paralisação ainda não foi informado oficialmente, mas acredita-se, entre outras coisas, estar associado a atual crise no projeto.

Desde o fim de 2019, o governo federal vem passando por um período de instabilidade no que diz respeito a homologação das novas regras de funcionamento do empréstimo.

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Além disso, desde as primeiras semanas deste ano, com a aprovação da Lei Orçamentária, pode-se constatar que o MCMV está com valores muito inferiores ao necessário para que possa garantir seu funcionamento.

Na última semana, o atual ministro do desenvolvimento regional, Rogério Marinho, anunciou a liberação de novos recursos dentro desse primeiro trimestre para poder conter a situação.

Com o levantamento feito, contatou-se que mais de 80% das obras previstas pelo MCMV em Uberaba foram executadas, entretanto tais imóveis deverão ser reformados graças ao abandono por parte do poder público e das empreiteiras.

Enquanto há uma porcentagem relevante de conjuntos habitacionais paralisados, o número de pessoas na fila, esperando por seus lares, segue aumentando.

Ellen Cristina Pereira, dona de casa e beneficiaria cadastrada no Bairro Alfredo Freire IV, aguarda a liberação de sua casa há mais de 7 anos.

“Fiz a inscrição para pessoa solteira. Depois engravidei, mudei os papéis e meu filho agora tem sete anos, ou seja, tem sete anos que estou esperando a casa. No momento estou desempregada e aumenta mais ainda a angústia. É um sonho até difícil de falar porque a gente espera há tanto tempo e estamos ansiosos pela casa”, explicou.

Para esse grupo, as obras foram iniciadas a partir de 2013, recebendo um investimento de R$ 35,1 milhões.

Apesar da previsão de finalização ser em 2014, o processo foi abandonado pela construtora ElGlobal no mesmo período e só voltou a ser retomado em 2018 pela Empresa Resecom. Atualmente, a entrega das chaves está prevista para 2021.

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“Como toda obra do ‘Minha Casa, Minha Vida’ passou por inúmeras dificuldades, o governo federal se tornou inerte. No ano passado, só quatro medições foram pagas para as construtoras no país todo. Em Uberaba, a construtora que assumiu o serviço iniciou a obra por uma parte que escolhemos junto com a Caixa, que era a construção dos muros de arrimo – o que ficaria muito caro para os moradores se eles tivessem que assumir isso”, explicou Marcos Jammal, presidente da Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra).

Por meio de nota, a Empresa Resecom Construtora LTDA, alegou que os serviços estão sendo realizados dentro do planejamento feito na hora de aprovar os projetos.

Além disso, alegrou que o cronograma precisa levar em consideração o valor orçamentário contratado e vem sendo impactado por meio das últimas decisões do governo federal.

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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