Desde novembro de 2019, o Instituto Nacional do Seguro Social vem vivenciando uma das piores crises de sua história. Há mais de um milhão de pedidos de benefícios presos. Um dos principais motivos divulgados até então era a modificação das regras do INSS ocasionadas pela reforma da previdência. Entretanto, um levantamento da Folha de São Paulo mostrou que também não há funcionários o suficiente para conter a situação.
Segundo a reportagem, atualmente a gestão de aposentadorias e benefícios do Executivo federal é 75 vezes superior ao disponibilizado para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Isso porque, o número de servidores para a análise e avaliação dos auxílios é equivalente a quantidade de pedidos registrados diariamente.
Leia também: Novas regras do INSS vão mexer no bolso dos trabalhadores
No INSS, um funcionário precisa avaliar os processos de 3.100 segurados na ativa. Já no Executivo federal, são 40 processos para cada servidor.
Hoje em dia, o instituto conta com cerca de 23 mil funcionários, enquanto o executivo contabiliza 15,2 mil prestadores. Porém, o número de segurados pelo INSS já ultrapassa a marca de 71,3 milhões de brasileiros, sendo apenas 610 mil encobertos pelo governo federal.
É válido ressaltar que o prazo de atendimento do INSS é de 45 dias, entretanto o mesmo já supera mais de 120. Hoje, são mais de 1,3 milhões de pedidos em aguardo, que ainda seguem sem previsão de liberação.
Entre os recursos mais solicitados, estão os auxílios-doença, aposentadorias, pensões e mais.
Leia também: Restituição do Imposto de Renda abre mais uma consulta do lote residual hoje
Possível solução para a crise no INSS
Mediante a crise, o governo federal criou uma ação de força tarefa que tem como objetivo reduzir o número da fila. Para isso, foram recrutados 7 mil militares que irão trabalhar nos guichês de atendimento do instituto.
Antes de assumirem os cargos, os reservistas passarão por um treinamento, realizado pelos próprios servidores.
A ideia é que ao fazerem os atendimentos básicos, os oficiais liberem os contratados do INSS para se dedicarem exclusivamente as análises dos benefícios, adiantando suas liberações.
Com a ação, espera-se que até o mês de agosto o número de pedidos em análise volte a quantia mensal recebida pelo Instituto. Entretanto, Paulo Guedes, ministro da economia, reforça que não há a possibilidade de zerar totalmente as solicitações.