O debate sobre o fim da escala 6×1 ganhou novo fôlego após o México anunciar medidas concretas para reduzir a jornada semanal de trabalho de 48 para 40 horas.
A proposta representa uma mudança histórica em um dos maiores mercados de trabalho da América Latina.
Além disso, o governo mexicano confirmou um aumento real do salário mínimo para 2026. Isso sinaliza que a redução da jornada veio acompanhada de política de valorização salarial, não apenas como uma flexibilização na carga horária.
No modelo atual, milhões de trabalhadores trabalham seis dias por semana com apenas um de descanso.
Esse formato é associado a maior desgaste físico, aumento de afastamentos por saúde e redução da produtividade no longo prazo.
Como funciona o plano mexicano para reduzir a jornada?
A proposta prevê uma transição gradual. A ideia é cortar duas horas da jornada por ano, a partir de 2027, até atingir o limite de 40 horas semanais.
Esse modelo foi desenhado para evitar impactos abruptos sobre empresas e serviços essenciais.
Ao longo desse período, empresas terão tempo para adaptar turnos, contratar mais funcionários e reorganizar processos produtivos.
Porém, a mudança ainda depende da aprovação no Congresso mexicano. Ou seja, embora anunciada oficialmente, a redução da jornada ainda precisa passar por ajustes legais antes de valer na prática.
E no Brasil, o que falta para o fim da escala 6×1?
No Brasil, a escala 6×1 é legalmente permitida e usada em setores como comércio, saúde, segurança e indústria. A Constituição limita a jornada a 44 horas semanais, mas não define a quantidade de dias trabalhados.
Para que a escala seja extinta, seriam necessárias mudanças na legislação trabalhista ou na própria Constituição. Propostas existem, mas ainda não avançaram de forma concreta no Congresso.
Além disso, há resistência do setor empresarial, que teme aumento de custos e perda de competitividade.
Por outro lado, centrais sindicais defendem que a jornada reduzida melhora produtividade, reduz afastamentos e eleva a qualidade de vida do trabalhador.
Quando a mudança da escala 6×1 pode virar realidade?
No México, a transição pode começar em 2027, se a proposta confirmada vier a ser aprovada. Já no Brasil, não há calendário definido.
Apesar disso, o debate está mais forte do que nunca. Afinal, o avanço mexicano pressiona outros países da região a reavaliar seus modelos de jornada, incluindo o Brasil.
O fim da escala 6×1, portanto, deixou de ser apenas um ideal. Agora, passa a ser uma mudança possível, concreta e cada vez mais discutida no cenário latino-americano.
