Durante anos, a Abercrombie & Fitch foi sinônimo de polêmica, exclusão e perda de relevância. Porém, contra todas as previsões, a marca conseguiu fazer um dos maiores retornos da história recente do varejo da moda.
Hoje, a A&F não é mais lembrada apenas pelo passado controverso, porém, aparece como um exemplo de reposicionamento de marca que funcionou.
Além disso, os números financeiros comprovam que a estratégia virou lucro e valorização na Bolsa.
O erro que quase enterrou a Abercrombie & Fitch
Nos anos 2000, a Abercrombie se consolidou com uma identidade jovem, sensual e extremamente seletiva. Naquela época, o então CEO chegou a declarar que a marca não queria atender “todo mundo”.
Com o passar do tempo, esse discurso se tornou insustentável. A sociedade mudou, o consumo evoluiu e o público deixou de aceitar marcas que promoviam padrões restritos.
Assim, as vendas caíram, as lojas perderam movimento e o prestígio sumiu.
Por consequência, as ações despencaram e a empresa entrou em uma longa fase de declínio.
O reposicionamento que mudou tudo
A partir de 2017, a empresa iniciou um processo silencioso, mas profundo, de reconstrução. A estratégia envolveu mudanças em três frentes principais:
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Ampliação da variedade de tamanhos e estilos.
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Comunicação mais inclusiva e próxima da realidade do consumidor.
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Redefinição do visual das lojas, afastando a estética elitista.
Além disso, a Abercrombie investiu pesado em comércio digital e em entender como o público realmente queria comprar moda.
O impacto financeiro e virada da marca
O reflexo da transformação apareceu no caixa.
Desde o fim de 2017 até o fim de 2025, as ações da empresa acumularam valorização próxima de 450%, considerando os valores médios de mercado.
No terceiro trimestre de 2025, a empresa ainda surpreendeu analistas ao divulgar crescimento de receita, lucro acima do esperado e revisão otimista de resultados para o ano.
A marca Hollister, parte do grupo, também ajudou na retomada, especialmente entre o público jovem.

Uma lição para outras empresas
A história da Abercrombie deixa um recado claro:
Marcas que ignoram mudanças sociais perdem espaço. Já aquelas que escutam o consumidor conseguem se reinventar.
Mais do que trocar logotipo, o que salvou a empresa foi mudar mentalidade. E esse passo fez a diferença.
A Abercrombie & Fitch não apenas sobreviveu; ela renasceu.
Ao abandonar a exclusão e apostar em diversidade, a marca se alinhou ao mundo real e voltou a crescer. O resultado disso não aparece só nas vitrines, mas também no valor de mercado.
No fim, o recado é simples: quem não evolui, desaparece. Ou seja, quem entende seu tempo, prospera.





