Técnicos do Ministério da Economia estão estudando uma remodelação do programa de redução de jornada e salário que funcionou em 2020. O motivo é o um novo agravamento da Covid-19 em todo o Brasil. Ainda não foram divulgados detalhes desta nova versão do programa.
O objetivo do programa é tentar manter empregos em um cenário no qual os governos estaduais, como São Paulo e outras capitais, voltaram a aplicar medidas mais restritivas no combate a doença. O comércio e demais atividades não essenciais são os mais afetados.
Segundo o Ministério da Economia, no ano passado, o programa beneficiou 1,5 milhão de empresas e conseguiu manter 10 milhões de empregos.
As regras do programa determinavam que a jornada de trabalho e o salário podiam ser reduzidos em até 70%, com a condição de que a empresa se comprometesse a não demitir os empregados. O governo compensou parte da perda salarial.
Devido o agravamento da pandemia, a tendência é que a economia seja novamente atingida, refletindo diretamente no mercado de trabalho. A FGV (Fundação Getulio Vargas) já estima uma taxa de desemprego de 15,3% em 2021.
Em 2020, em todo o país foram cerca de 14 milhões de desempregados, o que corresponde a mais de 14% da força de trabalho. O economista Daniel Duque, da FGV, acredita que uma nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial pode ser uma forma de evitar o agravamento ainda pior desta situação.
Caso o auxílio emergencial não seja retomado, cerca de 1,2 milhão de pessoas podem voltar a procurar um novo emprego.
A volta do auxílio emergencial
As discussões em tono de uma possível volta do auxílio emergencial, vem se tornando mais frequentes mo Congresso.
“Há sinalizações importantes de que novos lockdowns serão necessários e os informais e outros vulneráveis correm o risco de ficar desassistidos, já que houve uma retirada súbita do benefício”, explicou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), relator do auxílio no Senado.
Os parlamentares debatem a ideia de fornecer o auxílio para um grupo menor que o do ano passado e somente por alguns meses. Em 2020, cerca de 66 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial.