O Brasil está se tornando um berço de startups e, segundo dados divulgados pela Distrito Dataminer, aquelas focadas somente em serviços e soluções envolvendo blockchain e criptomoedas já somam 181 no país. As moedas criptografadas podem ser consideradas ativos digitais com ou sem lastro em ativos reais – já a blockchain (cadeia de blocos) é a ferramenta que suporta o registro de transações criptografadas. Porém, essa ferramenta vem sendo utilizada com outras finalidades dentro do sistema financeiro e também em outros mercados.
A Distrito é uma companhia que se define como “empresa de inovação aberta” e atualmente analisa e mapeia mais de 13 mil startups em todo o Brasil, junto a outras 65 grandes empresas. Além disso, o estudo realizado por ela foi feito em parceria com a R3, Mercado Bitcoin, KPMG e Redpoint Eventures.
De acordo com a pesquisa, cerca de 80% das startups que vêm trabalhando com o blockchain e/ou criptomoedas foram fundadas nos últimos cinco anos, e de janeiro até outubro de 2020 foram investidos neste segmento US$ 1,6 milhão (R$ 8,71 milhões) – representando um aumento de 62% em relação a 2019. Mesmo com este aumento, se comparado aos investimento em escala global, o feito no mercado brasileiro é muito menor.
Potencial ainda mal-aproveitado
Para Frank Meylan, sócio-líder de tecnologia, inovação e transformação digital da KPMG, o blockchain está se desenvolvendo muito rápido, e atualmente é uma das melhores soluções para vários tipos de problemas de negócios.
Após todo o período de discussão sobre o desenvolvimento da tecnologia e a comprovação da sua eficiência, hoje ela pode ser implementada nos mais variados setores, principalmente os de logística, financeiro e de rastreabilidade. Esses fatores são os principais motivos por trás da utilização das criptomoedas, que estão sendo implementadas em diversos setores, inclusive no de apostas online, e uma análise sobre 1xBet Brasil, aponta que ela é uma das poucas companhias no mercado que aceitam as moedas digitais como forma de pagamento.
No Brasil, o investimento feito neste setor desde 2015 chegou aos US$ 5,8 milhões (R$ 31,5 milhões), enquanto o mercado global no mesmo período movimentou US$ 8,9 bilhões (R$ 48 bilhões). Mas algumas startups brasileiras vêm chamando atenção – uma delas é a Gávea Marketplace, empresa especializada em bolsa digital de commodities desenvolvida totalmente em blockchain, que conseguiu angariar US$ 413 mil da DOMO Invest numa rodada de pré-seed (nome dado às primeiras etapas de aplicação em uma companhia iniciante após esta receber um investimento-anjo).
“De maneira geral, os investimentos nas startups de blockchain estão concentrados em rodadas entre investimentos-anjo e Series A, o que mostra um potencial gigantesco de crescimento desta tecnologia aqui no Brasil” disse Tiago Ávila, CEO do Distrito Dataminer.
Sul e Sudeste dominam
O estudo também demonstra a distribuição geográfica das startups de blockchain no país, e cerca de 90% delas estão concentradas nas regiões Sul (19,9%) e Sudeste (67,4%) – somente o estado de São Paulo apresenta 46,4% do total. Outros dados que o estudo apontou é que boa parte das empresas são comandadas por homens, em média com 38 anos de idade, e majoritariamente paulistas. Apenas cerca de 12,2% dos sócios destas startups são mulheres. Ademais, ainda foi feito um ranking com as 10 maiores empresas do setor, levando em consideração principalmente a visibilidade, investimento captado, número de funcionários e faturamento. E são elas a Mercado Bitcoin, FoxBit, Plataforma Verde, OriginalMy, Remessa Online, Rhizom, NovaDax, Facilita Pay, Bit Capital e Intelipost.
A pesquisa também apontou as companhias que estão crescendo em um ritmo bastante acelerado, por conta principalmente da visibilidade em redes sociais e aportes recebidos – são elas: Ribbon, 88i, Fohat, Bitfy, Moss, Pitaia Bank, Contraktor, Uzzo Pay, Monnos e Maré.