Muito se falou sobre o Renda Cidadã e o Renda Brasil, possíveis nomes para o programa social que seria aprovado ainda neste ano para substituir o Bolsa Família, em 2021. Porém, nesta quinta-feira (12), o governo Bolsonaro voltou atrás na decisão de criar o Renda e deve manter o Bolsa em vigência. Uma possível prorrogação do auxílio emergencial, concedido na pandemia da Covid-19, também segue descartada.
A criação do Renda Cidadã, segundo expectativas do presidente Jair Bolsonaro, trabalhava com o aumento do valor médio do benefício, aumento do número de famílias contempladas e, consequentemente, uma nova forma de financiamento para o programa.
Para ser inaugurado, o Renda deveria passar, ainda neste ano, por aprovação no Congresso e, posteriormente, na presidência.
Em uma das oportunidades, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que precisaria extinguir outros programas sociais, como o abono salarial e o auxílio emergencial, para a proposta caber no Orçamento, direcionando, então, os recursos para o Renda Cidadã.
Após meses de discussão sobre o projeto, porém, todas as estratégias divulgadas pelo governo foram amplamente reprovadas e descartadas.
A equipe bolsonarista pensou em mexer na educação, nos probatórios, nos “super salários”, mas não conseguiu seguir em frente com nenhuma das hipóteses.
Qual é a alternativa para o Bolsa Família e os brasileiros mais necessitados?
Para as famílias na faixa da pobreza ou extrema pobreza, uma possibilidade seria prorrogar o auxílio emergencial, que começou em R$ 600 e atualmente está em R$ 300. Bolsonaro, porém, já deixou claro que não há possibilidade de prorrogação.
Em entrevista, o presidente declarou reconhecer que o valor das parcelas é pouco para as famílias, mas “é muito para o Brasil”. O auxílio emergencial, então, acaba no dia 31 de dezembro deste ano.
Para 2021, o Bolsa Família tem orçamento previsto de R$ 34,8 bilhões. Tendo isso em vista, outra possibilidade (que vai contra o auxílio emergencial) seria manter a decisão de Paulo Guedes de extinguir alguns programas sociais, desde que os recursos fossem destinados, então, para o Bolsa Família.
Assim, mais famílias poderiam ser contempladas pelo programa e o valor médio do benefício também seria aumentado, como previsto por Bolsonaro para o Renda Cidadã, que será esquecido.