Pelo segundo mês consecutivo, o número de famílias endividadas no Brasil caiu, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), na quinta-feira (5). Os números mostram que, após o recorde de dívidas no mês de agosto, o percentual se equipara ao mesmo registro do mês de maio deste ano.
Segundo a pesquisa, no mês de outubro 66,5% das famílias se declararam endividadas. Ao todo, 14,2% se disseram muito endividadas, enquanto 24,4% apontaram estar mais ou menos endividadas. O restante, 27,9% se disseram estar pouco endividadas.
Ainda em porcentagens, 26,1% dos entrevistados relataram ter dívidas em atraso e 11,9% sem condições de quitar.
Ambos os percentuais são inferiores aos relatados no mês de setembro desse mesmo ano, de 26,5% e 12%, respectivamente.
Evolução do endividamento das famílias no Brasil
- Outubro de 2019: 64,7% endividadas;
- Novembro de 2019: 65,1% endividadas;
- Dezembro de 2019: 65,6% endividadas;
- Janeiro de 2020: 65,3% endividadas;
- Fevereiro de 2020: 65,2% endividadas;
- Março de 2020: 66,2% endividadas;
- Abril de 2020: 66,6% endividadas;
- Maio de 2020: 66,5% endividadas;
- Junho de 2020: 67,1% endividadas;
- Julho de 2020: 67,4% endividadas;
- Agosto de 2020: 67,5% endividadas;
- Setembro de 2020: 67,2% endividadas;
- Outubro de 2020: 66,5% endividadas.
O que aconteceu em agosto?
Agosto teve o recorde de maior inadimplência em 10 anos, segundo o CNC. Foram 67,5% de famílias brasileiras endividadas, contra o mês anterior, que havia alcançado 67,4%.
Na pesquisa, 12,1% das famílias declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso. Ou seja, permanecerão inadimplentes. Em agosto de 2019, o indicador estava em 9,5%.
No mês recordista, a CNC se pronunciou sobre o resultado do levantamento e falou sobre a projeção para o futuro da economia no que diz respeito às famílias endividadas.
“Indicadores recentes têm mostrado que a recuperação gradual da economia se iniciou a partir de maio e junho, mas ainda permanecem incertezas sobre a sustentabilidade da retomada no médio prazo, especialmente associadas ao cumprimento das metas fiscais. Deve-se considerar ainda que a proporção de consumidores endividados no país é elevada. Nesse sentido, é importante seguir ampliando o acesso ao crédito com custos mais baixos, como principalmente possibilitar o alongamento de prazos de pagamento das dívidas, para mitigar o risco do crédito no sistema financeiro”, disse a CNC.