Em tempos de eleição, candidatos são acusados de fraudar rendas e ter acesso a benefícios federais. Nessa semana, o Tribunal de Contas da União determinou que o Ministério da Cidadania e o INSS emitissem um relatório com todos os contribuintes de seus benefícios. Há indícios de que os candidatos à prefeitura e câmara municipal, estejam recebendo valores do Bolsa Família e do BPC, mesmo acumulando salários milionários.
Com as eleições 2020 cada vez mais próximas, as investigações sobre o histórico político e bancário dos atuais candidatos tem sido amplificada.
Uma reportagem especial do portal O Globo, publicada ainda em setembro, mostrou que cerca de 500 políticos estariam sendo contemplados com benefícios sociais e previdenciários como o BPC e o Bolsa Família.
Ainda segundo o texto, cerca de 289 candidatos teriam informado ter mais de R$ 1 milhão em bens. No entanto, mesmo estando fora dos padrões de concessão de benefícios, estes estariam recebendo valores do Bolsa Família e do BPC.
A identificação dos depósitos comprova um crime federal, fazendo com que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União iniciem uma investigação mais profunda.
TCU investiga candidatos
De acordo com os dados levantados pelo TCU, foram identificados 10.724 candidatos que declararam uma renda maior que R$ 300. Para esse grupo, a análise pode comprovar que haviam pagamentos indevidos do auxílio emergencial.
Houve ainda outros 1.320 políticos, com renda maior que R$ 1 milhão, que estariam recebendo os valores do Bolsa Família. É válido ressaltar que, esse cruzamento de dados é de responsabilidade do Ministério da Cidadania que deveria ter reprovado o pedido do benefício tendo em vista a comprovação de renda elevada e publicamente declarada.
“Causa perplexidade imaginar que uma pessoa que tenha patrimônio dessa monta e, mesmo assim, se disponha a solicitar o recebimento de auxílio emergencial possa vir a ser eleito e gerir a coisa pública“, declarou o ministro Bruno Dantas, em relatório sobre o caso.
O TCU deverá seguir com as investigações. Até o momento o nome dos políticos identificados nesse esquema não foi publicado, mas todos ficarão sujeitos a responderem por crime fiscal ao finalizar o processo.