Reabertura das escolas privadas de São Paulo gera problema entre familiares. Nessa semana, as redes de ensino particulares voltarão a funcionar. A partir da próxima quarta-feira (07), os alunos passarão a ter suas atividades sendo feitas presencialmente. Apesar de parecer positivo, o processo de retomada virou motivo de polêmica entre os pais e responsáveis que acusam o governo de negligência quanto as medidas adotadas.
Com cerca de 200 dias fechadas, as escolas particulares da capital paulista abrem as portas nessa semana. A expectativa é que cerca de 80% das instituições voltem a funcionar, mas apenas 40% irão mandar os filhos para as atividades presenciais.
Nesse primeiro momento, serão realizados apenas os cronogramas extracurriculares. Já as aulas normais deverão ser iniciadas a partir de 3 de novembro.
Diretorias enfrentam problemas
Desde que foram informados, diversos pais e familiares vêm criticando fortemente as regras de retomada impostas pelo governo. Muitos alegam que há uma instabilidade nas práticas a serem adotadas, gerando uma sensação ainda maior de insegurança para com todos.
Até mesmo os diretores e gestores das escolas encontram dificuldades para se enquadrar no novo modelo. Uma das problemáticas em foco nesse momento diz respeito aos gastos para garantir a segurança dos alunos.
“A equação não fecha, ninguém pode perder, quem está no presencial ou no online, mas o professor é o mesmo”, diz a diretora da Escola Projeto Vida, na zona norte da capital, Monica Padroni.
A gestora explica que a decisão de retornar presencialmente não deveria ser tomada antes que as instituições tivessem capacidade financeira de recebe-las. Ela relembrou que uma série de ações de segurança e higienização passarão a ser aplicadas.
Além disso, reforçou que os estudos online deverão ser mantidos, o que significa um custo dobrado.
Pais em conflito
Já no que diz respeito aos pais, há dois grupos de opinião em conflito. O primeiro defende a reabertura por necessidades de trabalho, entre outras coisas. Alegando que as escolas estão cuidando apenas daqueles que estão em casa.
“A impressão que dá é que estão privilegiando quem vai ficar em casa. Na escola, a criança experimenta outros papéis, se relaciona com o diferente. Para mim, o tempo que falta até o fim do ano é muito relevante,” defendeu uma mãe que não quis se identificar.
Já outra responsável diz ainda se sentir insegura e defende que o retorno só deveria ocorrer quando “tudo voltasse ao normal”. Ana Carolina Franco, de 43 anos, afirmou que não vai mandar os filhos para as salas de aula nesse momento. “O perigo está aí. A pessoas estão loucas, acham que é só por álcool em gel e tudo bem.”