Bolsonaro garante que o Banco do Brasil NÃO será privatizado em seu governo

Nesta quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro garantiu que o Banco do Brasil não será privatizado em seu governo, contrariando a intenção de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que quer vender a instituição à iniciativa privada.

Bolsonaro garante que o Banco do Brasil NÃO será privatizado em seu governo
Bolsonaro garante que o Banco do Brasil NÃO será privatizado em seu governo (Imagem: Reprodução/Google)

Durante sua live semanal, transmitida ao vivo nas redes sociais, o presidente afirmou que, assim como a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil também é gerido pelo governo e ambos não serão vendidos ou repassados à iniciativa privada.

Divergência com o ministro

A declaração demonstra divergência entre o presidente e Guedes, que defendeu a privatização do banco na reunião ministerial de 22 de abril, cuja gravação em vídeo tornou-se pública devido ao inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), devido à suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

Durante a reunião, o ministro da economia soltou até um palavrão ao referir-se à instituição financeira: “Tem que vender isso logo!”. Na ocasião, Bolsonaro riu diante de todos e respondeu que só discutiria esse assunto em 2023, num possível segundo mandato seu.

Casa da Moeda

Em relação à Casa da Moeda, durante a live de ontem, o presidente explicou que não houve interferência na economia ao retirar, em maio, a estatal da lista de privatizações do governo.

“Eu exerci um direito meu, não é interferência. Afinal eu nomeio os ministros, no caso o Paulo Guedes dá posse aos presidentes de bancos estatais”, declarou o presidente.

Em seguida, afirmou que não vai autorizar a venda da Casa de Moeda em razão dos tipos de documentos que produz (como passaportes, emissão de dinheiro, moedas…) e que obteve informações de outros países que privatizaram e voltaram atrás. “O que a Casa da Moeda faz tem que ser uma questão de segurança nacional”, afirmou.

Saída do secretário

Tal demora na conclusão de entregar estatais para o setor privado ocasionou, em agosto, a saída do secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar. Sua saída foi anunciada por Paulo Guedes, que reconheceu que a demissão do ministro era um sinal de insatisfação com o ritmo lento das privatizações.