A nova gasolina disponível no Brasil reduz o consumo dos carros, porém, só será percebida por donos de carros mais caros, segundo testes feitos pelo jornal Folha, em parceria com o Instituto Mauá de Tecnologia. Três modelos de veículos foram testados em consumo urbano, por ser a condição mais utilizada no uso cotidiano.
Entre os modelos avaliados, o popular Fiat Uno 1.0 Fire Attractive (R$ 45.890,00) registrou médias urbanas de 13 km/l com a nova gasolina e 12,9 km/l com a antiga.
Já o sedã médio Toyota Corolla XEI (R$ 121.690,00) com motor 2.0 flex, obteve melhor média urbana: 11,1 km/l com a nova gasolina e 10,7 km/l com a antiga, uma redução de 3,6%. O esportivo Honda Civic SI (R$ 179.990,00) com motor 1.5 turbo de 208 cavalos apontou uma redução na comparação das gasolinas de 2,75%.
Engenheiro mecânico da Petrobras, Rogério Gonçalves afirma que os veículos mais modernos serão mais beneficiados, visto que possuem sensores eletrônicos e motores mais avançados, permitindo que os carros aproveitem da maior octanagem RON.
Porém, os veículos mais antigos também apresentarão redução no consumo, pois a nova gasolina introduziu a especificação de densidade mínima.
Em circulação
Ainda não é possível ter um resultado definitivo das mudanças dos valores na bomba, pois os postos de gasolina ainda estão dentro do prazo de 90 dias para que seja obrigatório revender apenas a nova gasolina.
E a Petrobras diz ser responsável por 30% do preço final da nova gasolina, o restante são compostos por tributos, preço do etanol que é adicionado e margens dos revendedores e distribuidoras.
A nova gasolina já é produzida desde o início do ano. A mesma não traz nomenclatura específica e é visualmente idêntica à antiga. O novo combustível não proporciona potência ou velocidade acima dos valores máximos de cada modelo, como muitos pensam.
Porém, em carros flex, a potência e o torque com a nova gasolina podem subir. Alguns carros bicombustíveis apresentam melhor desempenho quando utilizam etanol e essa diferença cair em motores flex mais novos, com turbo e injeção direta.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) querendo impedir a produção ou importação de combustíveis com compostos químicos que reduzem o rendimento do veículo estabeleceu um limite mínimo de densidade para a gasolina.
Embora não representasse adulteração, essa prática apresentava ainda risco de defeito em veículos com motores mais modernos.
Prazo e multa aos estabelecimentos
Os postos devem zerar os antigos estoques até o dia 3 de novembro. A nova gasolina comum serve de base para todas as bandeiras.
A ANP informa que os estabelecimentos que forem flagrados vendendo gasolina antiga após o prazo estará sujeita a processo administrativo, que poderá resultar em multas que variam de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.