Volta as aulas vira assunto de debate. Em São Paulo, o cenário da pandemia do novo coronavirus gera um clima de instabilidade e segurança para os pais que desejam que seus filhos retomem as atividades escolares presencialmente. Mesmo com a necessidade de os estudantes frequentarem os centros de ensino, ainda há uma resistência e receio muito grande tendo em vista que a doença ainda não foi controlada.
Pensando nesse cenário instável, o Conselho Municipal de Educação está avaliando a possibilidade de tornar essa decisão opinativa.
Na última semana, os representantes do conselho se reunirão para debater quais seriam os planos de reabertura das escolas. No entanto, até o momento a decisão mais segura foi permitir com que os responsáveis escolhessem se desejam manter o filho com as atividades remotas ou se os enviarão de volta as salas de aula presenciais.
Dessa forma, o aluno que não comparecer não poderá ser reprovado por falta, uma vez em que continuará estudando de casa.
A escola terá a obrigação de acompanha-lo, fornecendo conteúdos e professores a sua disposição para esclarecer dúvidas. Já os pais, em caso de permitir as faltas, não poderão ser responsabilizados judicialmente.
Governo federal se isenta do planejamento de aulas
Em países como Austrália, Alemanha e Estados Unidos, a medida foi acatada e vem apresentando uma solução prévia. No entanto, no Brasil o governo federal não assumiu a responsabilidade, deixando sob encargo dos governos estaduais definirem como será conduzido o segundo semestre do ano letivo.
De acordo com o Ministério da Educação, cada estado poderá definir como funcionarão as escolas e universidades. Sobre esse fato, os gestores alegam ser uma falha e descaso, tendo em vista que precisam de um acordo e planejamento conjunto para priorizar a educação dos estudantes.
“A responsabilidade deve ser conjunta, de pais e Estado, assim como pede a Constituição”, diz o integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Mozart Neves.
“Assim como há famílias querendo e precisando que os filhos retornem, há outras muito amedrontadas e elas não podem ser punidas”, alegou a presidente do Conselho Municipal de Educação, Rose Neubauer.
De acordo com o plano do governo de São Paulo, as aulas voltarão a partir do mês de setembro.