O governo comunicou que excluiu cerca de 565 mil pessoas do pagamento do auxílio emergencial. Fazem parte dessa lista os que estão presos, e aqueles que moram no exterior.
Além disso, tem o grupo de funcionários públicos que recebeu indevidamente, apenas eles somam cerca de 400 mil funcionários.
A Controladoria-Geral da União descobriu as fraudes fazendo o cruzamento de dados do governo federal com o do tribunal de contas dos estados, e identificou que 395 mil servidores públicos no país receberam de forma indevida uma ou até duas parcelas do auxílio emergencial.
A ideia era que o auxílio fosse pago para os microempreendedores, autônomos, desempregados ou trabalhadores informais que tiveram a renda comprometida por causa da pandemia.
De acordo com a Controladoria, o estado que mais teve casos de recebimento indevido foi o Maranhão com 85 mil servidores. Logo vem a Bahia, com 61 mil servidores; seguida da Paraíba, com 25 mil casos; e do Ceará, onde 24 mil funcionários públicos receberam o auxílio emergencial indevidamente, segundo a CGU.
O tribunal de contas do Maranhão vai notificar os gestores públicos sobre os pagamentos e apurar se os servidores foram vítimas de fraude ou se o pedido foi feito pelos mesmos.
Além disso, o tribunal está com a suspeita de que alguns nomes sejam de pessoas que nunca foram servidoras, mas estavam cadastradas nas folhas de pagamento, ou seja, funcionárias-fantasmas que nem tinham conhecimento disso. Pediram o benefício e agora estão na mira do Tribunal de Contas do estado.
O secretário de Fiscalização do TCE do Maranhão, Fábio Alex de Melo, comentou essa prática. “Isso é uma fraude que comumente acontece em algumas cidades do Maranhão. O inchaço na folha de pagamento por funcionários que sequer saibam que exercem essa atividade profissional”, explica.
Dentre os beneficiários do Maranhão, está um auditor fiscal da Receita estadual que ganha mais de R$ 34 mil por mês, um médico com salário de R$ 32 mil, e um major da Polícia Militar com renda mensal de R$ 16 mil. Todos eles não tinham direito ao benefício de R$ 600.
O prejuízo aos cofres públicos chega a quase R$ 280 milhões, que foi gasto em todo o país.