Virou novela: novo capítulo da revisão da vida toda irrita aposentados pelo INSS

SALESóPOLIS, SP — A revisão da vida toda ganhou mais um capítulo. Dessa vez, o ministro Dias Toffoli encaminhou para o plenário físico do Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento de um recurso contra a decisão que inviabilizou a revisão.

revisão da vida toda
Virou novela: novo capítulo da revisão da vida toda irrita aposentados pelo INSS
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

Em setembro do ano passado o STF já havia decidido que a revisão da vida toda não tem legalidade, ou seja, não pode funcionar. Ela propõe que sejam recalculados os salários dos aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). 

Na semana passada o STF começou a analisar um segundo recurso contra a decisão que derrubou a tese. Porém, de acordo com a decisão de Toffoli não é possível julgar as medidas pelo plenário virtual, e os ministros precisarão se reunir ainda sem data marcada. 

O que é a revisão da vida toda no INSS?

A revisão da vida toda surgiu por meio de uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que questionou o cálculo de aposentadorias e pensões a partir de 1999.

Isso porque, a reforma da Previdência que ocorreu naquele ano impediu que as contribuições feitas até julho de 1994 fossem consideradas, porque foram pagas em cruzeiro e não em real.

Pelo entendimento desta ADI, não incluir as melhores contribuições anteriores a esse período no cálculo de aposentadoria ou pensão, prejudica o segurado que acaba recebendo menos do que contribuiu.

A ideia era permitir que aposentados e pensionistas que são assalariados do INSS há no máximo 10 anos, conseguissem pedir o recálculo do seu benefício considerando as contribuições feitas antes de julho de 1994.

Em dezembro de 2022, o Supremo decidiu, por 6 votos a 5, oferecer aos aposentados do INSS a possibilidade de usarem todas as contribuições, inclusives aquelas feitas em 1994. Ou seja, havia sido aprovada a revisão da vida toda. 

A grande questão é que em março de 2024, o STF entendeu que o segurado não pode escolher o melhor cálculo para o seu pagamento e que as regras de 1999 são constitucionais e devem ser mantidas. Foi então que a revisão da vida toda foi invalidada. 

 

 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com