A jornada de trabalho remoto dos servidores estaduais de Minas Gerais sofrerá alterações significativas a partir de janeiro. De acordo com resolução conjunta das Secretarias de Planejamento e Governo, será obrigatório o comparecimento presencial pelo menos três vezes por semana.
A medida, publicada no Diário Oficial, substitui a regra anterior, que exigia presença apenas uma vez por semana. Implantado em 2020 durante a pandemia, a jornada de trabalho remoto foi mantida em 49 órgãos, mas agora passará por novas adaptações.
Cada secretaria continuará responsável por regulamentar o modelo, que pode ser ajustado ou revogado conforme as necessidades administrativas. A mudança reflete um retorno gradual à rotina presencial. Com a nova regra que reduz a jornada de trabalho remoto e exige presença física três vezes por semana, servidores estaduais criaram o Movimento Teletrabalho. A iniciativa busca demonstrar as vantagens desse modelo ao governo.
A mudança, prevista para janeiro, motivou o grupo a defender a jornada de trabalho remoto como alternativa mais econômica. Segundo os servidores, os custos reduzidos para o estado e os trabalhadores são o principal ponto do debate. O movimento espera sensibilizar as autoridades sobre os benefícios financeiros e operacionais do teletrabalho, visando manter a flexibilidade no regime de trabalho.
Redução da jornada de trabalho remoto tem impacto financeiro
O Movimento Teletrabalho aponta que a jornada de trabalho remoto trouxe significativa economia ao estado. Dados do Portal da Transparência mostram uma redução de R$ 311,9 milhões em despesas como energia, água e locação de imóveis entre 2019 e 2022.
Os servidores afirmam que esses recursos poderiam cobrir o déficit de R$ 200 milhões do IPSEMG e ainda sobrariam valores para outras demandas. Como exemplo, o movimento cita o custo de R$ 105,6 milhões em material médico-hospitalar previsto para 2024. Além disso, a economia permitiria quitar a terceira parcela do Regime de Recuperação Fiscal, que custou R$ 296,2 milhões neste mês. O grupo defende que o teletrabalho é uma solução financeira viável para o estado.