Em período de crise, aplicação na poupança atinge níveis históricos. Nessa semana, o Banco Central informou que, mesmo com os efeitos negativos do novo coronavírus, a caderneta de poupança nacional segue apresentando números positivos. De acordo com a instituição, até o mês de maio, foram injetados recursos acima de R$ 37,201 bilhões. Até o momento não se sabe o motivo exato que ocasionou tal avanço, mas analistas explicam que pode se relacionar com o pagamento do auxílio emergencial.
Segundo os dados do próprio Banco Central, divulgados nessa quinta-feira (4), os depósitos registram o maior ingresso líquido desde o início de sua série história, em 1995. Isso significa que o país está vivenciando a maior injeção dos últimos 26 anos e poderá ter um fechamento positivo (nesse serviço) até dezembro.
No mês de abril, os valores dos envios estavam entre R$ 30,4 bilhões. Maio foi o terceiro mês consecutivo onde as aplicações foram maiores do que os saques. De acordo com os números do BC, em janeiro R$ 12,356 bilhões foram retirados das cadernetas. Fevereiro foram mais R$ 3,571 bilhões em retirada. Por fim, em março os depósitos ficaram maiores que os saques, contabilizando R$ 12,168 bilhões.
Sobre o auxílio emergencial
Alguns analistas acreditam que a liberação do auxílio emergencial tenha contribuído para essa virada da poupança. Uma vez em que boa parte da população está recebendo o pagamento de R$ 600 por meio das contas digitais da Caixa, pode ser que os números contabilizados levem em consideração esse grupo, que conta com mais de 50 milhões de brasileiros.
Para cada pessoa, o envio mínimo é de R$ 600, se contabilizado em sua versão total, resultaria em aplicações numerosas para a poupança. Questionado a respeito, o Banco Central afirmou que ainda não fez uma análise da transição, mas que deverá divulgar os impactos do coronavoucher no mês de julho, quando forem realizados os últimos pagamentos do benefício.
Volume total de recursos na poupança
Até março, o saldo total da poupança era de R$ 881,662 bilhões. Nesse momento, ele está em R$ 921,066 bilhões. Já os rendimentos somam uma média de R$ 2,203 bilhões.