Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abre a possibilidade de corte de benefícios previdenciários. Isso porque, foi aprovado um mecanismo que permite a suspensão automática dos salários que apresentarem algum indicativo de irregularidade.
A decisão foi tomada depois do presidente sancionar a lei que estende até o fim de 2024 a desoneração da folha de pagamentos. Por meio da desoneração, empresas de 17 setores conseguem diminuir o valor que pagam de contribuição previdenciária.
Para esses setores é importante porque ajuda a diminuir os gastos mensais, mas para o governo acaba abrindo um rombo, já que o valor de recolhimento caí. Especialistas enxergam a aprovação do método de cancelamento dos salários como uma forma de diminuir as perdas.
Quais benefícios do INSS poderão ser suspensos?
Segundo as informações que foram divulgadas, o bloqueio ou suspensão total dos benefícios do INSS não valerão para todos os aposentados. Na verdade, o intuito é funcionar como um reparador de gastos públicos.
Isso é, evitando que o dinheiro seja dado a quem não atende as regras e por isso não deveria receber o auxílio previdenciário.
Logo, o funcionário da Previdência Social só vai abrir um protocolo de suspensão do benefício quando:
- Forem apresentadas irregularidades no pedido ou na concessão do benefício, como:
- atestado médico falsificado;
- tempo de contribuição comprovado de forma errada ou irregular;
- aposentado por invalidez que voltou a trabalhar;
- aposentado por profissão insalubre que voltou a exercer a mesma profissão.
Consequências da suspensão dos benefícios do INSS
Para o colunista da Folha de S. Paulo, Rômulo Saraiva, a possibilidade dos servidores do INSS bloquearem o pagamento do segurado pode ser prejudicial para as contas públicas. O motivo é que, se o bloqueio acontecer de forma errada, há chance de processo contra o INSS.
O relatório Justiça em Números 2024, mostrou que o INSS responde por quase metade das demandas na Justiça Federal. O que representa cerca de 3,8 milhões de casos.
Para Saraiva, outro ponto de preocupação é o fato de que o Instituto trabalha hoje com um número defasado de funcionários. Logo, se houver mais processos contra a Previdência, os servidores poderão não ser capazes de analisar e trabalhar com toda essa demanda.