Mais um recorde no mercado financeiro em meio a pandemia. Nessa terça-feira (12), o dólar registrou uma nova alta de 0,71%, com preço de venda de R$ 5,866. O crescimento representa um ajuste anual de 46,17%, considerado o maior da história. Já na Bolsa de Valores o cenário também não é tão positivo, pelo segundo dia consecutivo, o ibovespa caiu em 1,51%, fechando em 77.871,95 pontos. O valor, para o ano de 2020, representa uma desvalorização de 32,66%.
Na manhã desta quarta-feira (13) o valor comercial da moeda permaneceu em R$5,86. A versão de turismo chega a R$6,18 nas casas de câmbio, conforme informações do portal UOL.
Segundo os analistas do mercado econômico, esse movimento deverá perdurar durante as próximas semanas. Muitos ressaltam que o dólar (na versão comercial) vem passando por elevações consecutivas desde o mês de março, tornando-se ainda mais valorizado (em comparação ao real) em meio à crise do coronavírus.
Contrapartida, o mercado nacional vem sentindo as perdas de sua bolsa e um dos principais motivos é o clima de instabilidade política.
Os investidores afirmam que os confrontos entre os ministros e demais parlamentares do governo federal contra o presidente Jair Bolsonaro, gera uma descrença por parte do mercado, que não consegue enxergar a economia brasileira como uma oportunidade segura para negócios.
Reajustes na Selic
Além dos embates políticos, as reduções nas taxas básicas de juros (Selic), também contribuiu para esse cenário. Em sua última reunião monetária, o Banco Central anunciou uma mínima história de 3%. Há ainda uma previsão de que esse número encerre o ano em 2,4%.
Dentro dessa perspectiva, os analistas afirmam que há um impacto limitado nas movimentações cambiais. “Internamente, o mercado olhou para a ata do Copom e não viu nenhuma novidade. Tudo estava precificado, até mesmo sinalização de outro corte de juros”, disse Jefferson Laatus.
De acordo com o BC, a decisão de reduzir a Selic tem como finalidade fazer com que o PIB nacional volte a reagir a partir do terceiro semestre.
Recorde do dólar não considera inflação
É válido ressaltar que, os recordes do dólar ainda não levam em conta os efeitos da inflação. O valor até então anunciado está dentro apenas das estatísticas nominais. No entanto, deverá haver novos reajustes, fazendo com que a moeda fique ainda mais cara.