Mais um dia de elevações no mercado financeiro. Após a China anunciar novos casos de coronavírus, o dólar passou por mais um reajuste, registrando uma alta de 1,33% e uma cotação de R$ 5,81 nesta segunda-feira (11). O valor segue mantendo os recordes da moeda americana, que está vivenciado sua época de maior supervalorização. O impacto também foi sentido pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3), que reduziu 1,49% ficando com 79.065 pontos.
Na manhã desta terça-feira (12), o dólar comercial alcançava valor igual a R$5,75. De acordo com os especialistas, tais números são reflexos do atual cenário mundial.
Com a confirmação de novos casos do covid-19 em países como a Alemanha, Coreia do Sul e China, cogita-se a possibilidade de uma segunda onda da pandemia, que poderá paralisar novamente os serviços e agravar a crise econômica.
Já no Brasil, os conflitos políticos são o principal responsável pelas modificações na bolsa. O presidente da república, Jair Bolsonaro, está vivenciando um embate com seus ministros. Além disso, as medidas provisórias seguem passando por uma série de alterações, gerando um clima de instabilidade para os investidores.
Nos últimos dias, após afirmar que irá cortar os valores do reajuste salarial para algumas categorias de servidores, Bolsonaro sofreu uma retaliação do mercado, fazendo com que a bolsa caísse ainda mais. Quanto a isso, os economistas afirmam que a decisão deverá interferir na autonomia do ministério da Economia, coordenado por Paulo Guedes, comprovando que o governo está em uma gestão de confrontos políticos.
— O dólar e a Bolsa foram influenciados pelo cenário externo, com o medo da volta da quarentena e o aumento de casos na China e Coreia do Sul. No ambiente interno, você teve essas questões políticas — disse Pablo Spyer, diretor de Operações da Mirae Asset.
Modificações na Selic influenciam no dólar
Outra taxa que vem sendo alterada é a básica de juros (selic). Na última semana, o Banco Central anunciou uma redução a fixando em 3% ao ano.
De acordo com a instituição, a medida tem como finalidade facilitar as solicitações de empréstimos e financiamentos, de modo que as empresas possam reagir a crise.
Se o cenário se manter, especialistas do mercado financeiro afirmam que a Selic poderá ficar ainda menor, fechando o ano uma porcentagem de 2,4%.
Embora pareça vantajoso, a sua queda mostra um receio dos economistas em alavancar os recursos disponíveis. Por isso, o valor do dólar reage subindo cada vez mais.