A suspensão dos pacotes e da emissão de passagens da linha promocional da empresa 123 milhas foi anunciada no dia 18 de agosto. Consequentemente, milhares de processos foram abertos contra a empresa, que já consta um valor R$ 3,8 milhões das causas.
Mais de 16.400 processos judiciais já foram abertos contra a 123 Milhas no Brasil. No total, o valor das causas ultrapassa R$ 3,8 milhões. Há ações abertas não só por clientes prejudicados, mas também pelas instituições de Justiça.
Devido a toda essa situação, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial e a quantidade de batalhas judiciais foi um dos argumentos usados pela defesa da empresa para pedir a recuperação.
Os dados constam no pedido de recuperação judicial feito na terça-feira (29) pela empresa na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.
Pedido de recuperação judicial da 123 milhas
A 123 Milhas, a Hot Milhas (controlada pela 123), e a Novum Investimentos, sócia da agência de viagens, entraram com pedido de recuperação judicial. O valor da causa é de R$ 2,3 bilhões.
A defesa das companhias alegou que elas “estão enfrentando a pior crise financeira desde suas respectivas fundações“. De acordo com as demonstrações financeiras anexadas ao documento, no primeiro semestre deste ano, a 123 Milhas teve um prejuízo líquido de R$ 1,67 bilhão.
Segundo o pedido feito à Justiça, a operadora usa pontos e milhas para emitir passagens mais baratas. No entanto, “nos últimos anos, as vantagens que permitiam a emissão de bilhetes aéreos mais baratos, principalmente aquisições com milhas, vêm diminuindo gradativamente”.
Em nota, a 123 Milhas afirmou que o pedido de recuperação judicial “tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores”.
Entenda o caso da 123 milhas
No dia 18 de agosto, a 123 Milhas suspendeu pacotes e a emissão de passagens promocionais. A medida afetou viagens já contratadas da linha “Promo”, com embarques previstos a partir de setembro de 2023.
A empresa afirmou que devolveria os valores pagos pelos clientes por meio de vouchers, que poderiam ser trocados por passagens, hotéis e pacotes da agência.
No entanto, após oferecer vouchers com correção monetária como única opção a clientes que tiveram viagens canceladas, a agência de viagens 123Milhas cometeu prática ilegal e “viola uma série de direitos”, dizem os especialistas.