Nas últimas semanas o governo federal precisou dedicar-se a retomar o empréstimo consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Tudo porque, com a taxa de juros que havia caído de 2,14% para 1,70% ao mês os bancos se recusaram a oferecer o produto. Agora, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a margem consignável também se rediscutida.
De acordo com Fernando Haddad, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) deve solicitar um estudo para discutir se a margem do empréstimo consignado do INSS, e outros públicos, a 45% por mês é viável. Nesse crédito o valor de parcela do empréstimo é descontado diretamente no salário dos trabalhadores. O mesmo esquema vale para aposentados e pensionistas.
“Vai ser rediscutido o comprometimento da renda com o consignado. Que foi elevado de 30% para 45%, e o presidente [Lula] pediu um estudo para saber se esse patamar é adequado ou se esse comprometimento está excessivo à luz da situação das famílias hoje“, declarou o ministro da Fazenda.
Em agosto do último ano o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe aprovaram o aumento da margem do consignado do INSS para 45%. Em novembro do mesmo ano os servidores públicos também conseguiram uma nova margem consignável também limitada a 45% dos seus salários.
Como funciona o consignado do INSS
No empréstimo consignado os aposentados e pensionistas do INSS solicitam dinheiro emprestado em um banco credenciado, o valor desse crédito será pago em parcelas que serão descontadas do seu salário. A margem consignável, hoje de 45%, representa o valor que pode ser comprometido do pagamento do cidadão para arcar com o salário.
Isso significa que, por exemplo, quem recebe por mês R$ 1.302 de aposentadoria poderá solicitar um consignado do INSS com parcelas de no máximo R$ 585,90. Como é garantido que as parcelas serão pagas em dia, no consignado os bancos permitem um crédito mais barato do que outras opções do mercado.
Na terça-feira (28) foi aprovada uma nova taxa de juros para esse tipo de empréstimo. Passando de 1,70% ao mês para 1,97%. O aumento segue uma solicitação dos bancos que haviam suspendido o consignado para esse público, e busca atender os pedidos dos aposentados.