O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) tinha uma viagem agendada no último domingo (26) para China. No entanto, devido a confirmação de broncopneumonia precisou adiar sua visita ao país chines. Antes da sua partida, o presidente havia criticado o fato de empresas chinesas como Shein e AliExpress venderem produtos no Brasil, mas sem pagar nenhum tipo de imposto.
Não foi apenas Lula quem se pronunciou sobre o fato de lojas chinesas como a Shein venderem produtores para consumidores brasileiros sem o pagamento de impostos. O Congresso Nacional também demonstrou descontentamento com esse fato. Essas plataformas fazem a venda de diferentes produtos, como roupas, calçados, acessórios, itens de higiene, eletrônicos, e outros.
Para entender melhor elas são concorrentes de plataformas como o Mercado Livre e Elo7, empresas brasileiras que são tributadas por suas vendas. Ao Estadão, o presidente da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE), que reúne 230 parlamentares, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), diz que o comércio nacional tem sido prejudicado. “É uma concorrência desleal“.
O governo federal, além dos deputados e senadores, têm sentido a pressão dos comerciantes locais sobre esse cenário. Entidades do varejo nacional, como a Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex), já se posicionaram contra a isenção de impostos que Shein, Aliexpress, Shopee e outras empresas contam. São cerca de 500 mil pacotes diários vindos da China, disse Bertaiolli.
Compras na Shein e empresas chinesas ficarão mais caras?
Ainda não foi calculado o impacto que a cobrança de impostos federais, como o Imposto de Importação traria para as compras feitas em e-commerce estrangeiros. Os consumidores, porém, já começaram a se posicionar contra qualquer taxação. E mensagens nas redes sociais com “Não mexam com a Shein” já começaram a se popularizar.
Um usuário inclusive escreveu que “Diminui os impostos das lojas brasileiras que voltamos a consumidor aqui“. O governo federal ainda não chegou a uma solução para esse caso, mas já é possível entender que qualquer mudança na taxação desses produtos trariam sim impactos para o valor final do produto.
Em nota, a Shein afirmou que cumpre as leis e regulamentos locais do Brasil, mas não comentou a cobrança de imposto dos seus clientes. A empresa afirma que vende para o País desde 2020, “utilizando parceiros logísticos locais”.