O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu cumprir mais uma de suas promessas de campanha. O salário mínimo passará por um segundo reajuste em 2023. A partir do dia 1º de maio, o trabalhador não poderá receber menos do que R$ 1.320.
No entanto, o segundo reajuste no salário mínimo deste ano vem em meio a um cenário no qual a taxa de desemprego chegou à casa de 7,9% em dezembro de 2022. Este foi o menor índice de desemprego já registrado desde o início de 2015.
De toda forma, um terço dos trabalhadores brasileiros vivem com uma renda inferior a um salário mínimo, realidade que reflete diretamente no bolso do cidadão. Se tratando de números, são mais de 33,2 milhões de pessoas vivendo em situação de vulnerabilidade social.
Esta realidade segue insistentemente desde os impactos econômicos que atingiram o mercado de trabalho em virtude da chegada da pandemia da Covid-19. Em contrapartida, há uma boa notícia em meio a este cenário, a tendência é de melhora dos números.
Desde junho, a quantidade de trabalhadores que recebem entre meio e um salário mínimo está em queda. De lá para cá, são quase 2 milhões a menos nesta faixa de renda.
E não é só isso, no trimestre final de 2022, o número de trabalhadores que recebem mais de dois salários mínimos bateu recorde da série histórica, chegando a 32,9 milhões de pessoas. A expectativa é que esse grupo se torne a maior parcela dos trabalhadores já no próximo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Economia desacelera em meio a novo salário mínimo
Enquanto os números do mercado de trabalho trazem algum alento, a perspectiva de crescimento da atividade faz o contraponto de preocupação para os economistas.
Na semana passada, os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que o 4º trimestre de 2022 foi o primeiro a registrar queda em relação aos três meses anteriores desde o 2º trimestre de 2021. O recuo foi de 0,2% contra a janela passada.
Trata-se do desfecho de um processo de perda de força da atividade econômica, visto trimestre a trimestre. Sem espaço de estímulos à economia, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá desafios para garantir a atividade econômica e manter o nível de emprego no médio prazo.