TESOURO DIRETO tem nova suspensão nas negociações e motivos impressionam

A última semana chegou ao fim trazendo grandes surpresas nos mercados de títulos. Da mesma forma que na última quinta, 10, as negociações de títulos públicos do Tesouro Direto foram paralisadas duas vezes na sexta, 11, por conta da forte volatilidade de preços e taxas.

Em uma situação como essa, o Tesouro interrompe temporariamente as vendas e compras para que o investidor não feche de forma temporária as transações a um patamar que possa ficar defasado rapidamente.

As declarações dadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na quinta, 10, onde ele sinalizou um menor rigor fiscal, causou grande receio entre os agentes financeiros. Os juros cresceram nos mercados e se refletiram na remuneração dos títulos públicos no Tesouro Direto.

Na sexta, 11, o dia começou com as taxas crescendo novamente, o que causou a suspensão logo cedo. Já na reabertura, a alta estava suavizada, porém, por volta das 15h, aconteceu uma nova suspensão. Na última atualização, as 15h20, elas ainda estavam acima das do dia anterior, mas cresceram em um ritmo mais lento.

A desaceleração aconteceu depois da fala de Wellington Dias (PT-PI) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que confirmaram que o anúncio do texto da PEC de Transição deverá acontecer somente na próxima quinta, 17. “Agora não é o momento, a PEC não está madura o suficiente”, afirmou Rodrigues, de acordo com a CNN Brasil.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, por sua vez, comentou sobre a fala dada na quinta por Lula, que tinha afirmado que estabilidade fiscal não pode ser conquistada à custa do sofrimento das pessoas. “O  mercado não precisa se preocupar com Lula, porque sabe como ele trabalha com as finanças públicas”, disse.

Se a finalidade de Gleisi era de aclamar os ânimos do mercado, ela não conseguiu, disse Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed. Ema sua visão, a presidente do PT tentou justificar as palavras de Lula, mas o mercado não achou na fala algo que fizesse sentido.

“O mercado continua pressionado hoje, mas com uma magnitude menor do que o visto na véspera. Não sabemos qual será a atuação do Banco Central com relação a uma possível crise fiscal e risco inflacionário daqui para frente. As interrogações são muitas. Há dúvidas com relação ao que e como vai ser aprovado. Isso justifica a volatilidade de hoje”, disse ele ao InfoMoney.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.