Na tarde de ontem, 28, as taxas dos títulos públicos operavam de forma mista. As taxas no pré-fixado obtiveram alta de até 9 pontos-base, ao passo que nos papéis de inflação, as taxas encolhiam até 2 pontos-base.
Ao InfoMoney, o gestor da Warren Asset Management Igor Cavaca, disse que este movimento nas taxas está ligado ao cenário incerto que o Brasil atravessa às vésperas da eleição. Ele diz que o mercado é pautado por conversas em torno de políticas fiscais que podem ser colocadas em prática nos próximos anos, o que causa esta volatilidade nas taxas de juros e títulos públicos.
“Políticas fiscais expansionistas podem acabar impactando negativamente a política monetária e levar à um prolongamento dos juros em patamares elevados por mais tempo”, disse Cavaca ao InfoMoney.
O mercado também está atento aos discursos de autoridades do FED (Federal Reserve, o banco central americano), especialmente na fala de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária dos EUA. Powell, em suas declarações mais recentes, adotou um tom mais severo ao destacar que o FED deve estar confiante de que a inflação desacelerou para reduzir os juros no País.
Por aqui, os investidores também atualizaram suas projeções para a inflação no fim deste ano após a divulgação do IPCA-15.
No universo do Tesouro Direto, as taxas dos prefixados cresceram entre 3 e 9 pontos-base. A alta mais expressiva era do Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais. No meio da tarde de ontem, às 15h22 o título público oferecia um retorno anual de 12,14%, acima dos 12,05% registrados na terça.
O Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2029, por sua vez, obtiveram uma rentabilidade anual respectiva de 11,71% e 11,98%, superior aos 11,68% e 11,90% da véspera.
No caso dos títulos atreladas à inflação, as taxas ficaram estáveis ou passaram por queda de até 3 pontos-base. O ganho real mais elevado registrado na tarde desta quarta foi do do Tesouro IPCA+ 2055, de 5,83%.
Selic em 2023
Na última terça, 27, foi apresentada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Nela o Banco Central não quis dar nenhuma previsão a respeito do possível início do corte da Selic, preferindo reforçar a postura cautelosa após manter a taxa no patamar de 13,75%.