A queda na expectativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) divulgada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia diminuiu o valor esperado para o salário mínimo do ano que vem. A mudança mantém o valor abaixo dos R$ 1.300 por mês.
Utilizado como base de correção para o salário mínimo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor teve um recuo de quase 1% em sua previsão de para este ano. A estimativa que até o dia 16 de setembro estava em 7,41% foi atualizada para 6,54%.
Queda do INPC impacta salário mínimo e benefícios do INSS
Essa alteração de expectativas acaba custando no bolso de quem recebe o piso salarial e também aos beneficiários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Afinal, a queda percentual do índice influi diretamente nos reajustes dos valores passados à população brasileira.
Com a atualização da taxa, o salário mínimo para o ano de 2023 ficaria em cerca de R$ 1.292, perdendo cerca de R$10 de quando a previsão do índice ainda era de 7,41%. Faltando ainda um pouco mais de três meses para o fim do ano, é possível que essa taxa passe por novas alterações dependendo, principalmente, da movimentação na inflação até o fim deste ano.
O valor real definitivo será divulgado até o fim do ano e implicará mudanças na vida de 56,7 milhões de pessoas que têm ele como referência no Brasil. Destas, 24,2 milhões são beneficiários do INSS, que recebem o recurso como aposentadoria e, muitas vezes, como renda única.
Piso salarial sem aumento real
Se a expectativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor se mantiver, e o salário mínimo realmente ficar em R$ 1292, este será o quarto ano em que o reajuste não ultrapassa a inflação. O que significa que o poder de compra de quem recebe esse valor não cresce, apesar dos números se elevarem.
Desde 2020 o governo mudou a política de aumento do salário mínimo de acordo com as taxas da inflação. Durante o governo da presidente Dilma Rousseff, o piso salarial recebia um reajuste que resultava em aumento real. Eram considerados não só os números, mas a valorização necessária para a manutenção do poder de compra da população.