Dando início a semana de entrevistas com os candidatos à presidência da República, no dia 21 de agosto o Jornal Nacional entrevistou o presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante sua participação no principal telejornal da TV Globo, o chefe da União fez diversos pronunciamentos, entre eles o de que a economia brasileira tem “números fantásticos ao comparar com o resto do mundo“.
Durante a entrevista que concedeu para William Bonner e Renata Vasconcelos, o presidente Bolsonaro afirmou que o Brasil pode ser o único país que vai ter deflação. Isto é, queda de preços ao comparar os resultados entre um mês e outro, o que aconteceu em julho e voltou a acontecer neste mês de agosto.
“Se você pegar os dados de hoje, você vê o Brasil como talvez o único país do mundo com uma deflação, um país onde vai ter uma inflação menor do que, por exemplo, Inglaterra, menor do que Estados Unidos“, disse o candidato à reeleição.
Para se ter uma ideia do cenário atual, a deflação de julho foi de 0,68% ao comparar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do mês anterior, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na quarta-feira (24), foi divulgado o resultado para agosto, com uma nova deflação, dessa vez de 0,73%.
As explicações para a queda do mês de julho foram a fixação de um teto de cobrança do imposto estadual ICMS sobre combustíveis e energia elétrica. Para este mês, a diminuição do IPCA também está ligada a diminuição de preços dos combustíveis, principalmente a gasolina.
Informação de Bolsonaro sobre economia está correta?
De acordo com dados levantados no início de agosto pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), hoje o Brasil tem a 4° maior taxa de inflação entre os países que compõem o G20. Perdendo para a Turquia que tem um acumulado de 79,6% em 12 meses, Argentina com 71% e Rússia com 16,7%.
Ao considerar a inflação geral do G20 nos últimos 12 meses, o Brasil tem uma taxa de 9,25%. Comparando com Estados Unidos, que foi mencionado por Bolsonaro, os dados da OCDE mostra que os norte americanos acumularam inflação de 8,52% em julho, menor que o Brasil.