AUXÍLIO BRASIL: Bolsonaro e Lula travam batalha para conquistar ESSE eleitorado lançando NOVAS propostas

Pontos-chave
  • Disputando os votos dos beneficiados pelo Auxílio Brasil, Lula e Bolsonaro fazem promessas;
  • O valor de R$ 600 prometido até dezembro vira estratégia de campanha para 2023;
  • Pesquisas mostram interesses dos eleitores.

Disputando o primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos dos brasileiros para as eleições 2022, Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) debatem separadamente sobre assuntos relevantes para a sociedade. Talvez um dos mais importantes seja o Auxílio Brasil, criado na gestão Bolsonaro e que substituiu o Bolsa Família, programa da época Lula.

AUXÍLIO BRASIL: Bolsonaro e Lula travam batalha para conquistar ESSE eleitorado lançando NOVAS propostas
AUXÍLIO BRASIL: Bolsonaro e Lula travam batalha para conquistar ESSE eleitorado lançando NOVAS propostas (Imagem: FDR)

Visto por especialistas como uma das disputais eleitorais mais polarizadas, isto é, com o maior divisor entre a sociedade, Lula e Bolsonaro enfrentam outros dez concorrentes à presidência do país. Para tentar subir nos índices de pesquisas de intenções de votos, em que eles ocupam as primeiras posições, muito tem se falado sobre o Auxílio Brasil.

O programa surgiu em 2022 como substituto do Bolsa Família, além da troca de nome o valor subiu da média de R$ 89,00 para mínimo de R$ 400. Também foram inclusos pouco mais de 4 milhões de famílias entre 2021 e o início de 2022, passando de 14 milhões para 18,1 milhões até julho deste ano.

Quando a equipe bolsonarista percebeu que Lula alcançava o primeiro lugar das principais pesquisas sobre as eleições 2022, incentivaram a aprovação de um “pacote de bondades”. A partir disso, o presidente deu o aval para que a Emenda Constitucional n°123 liberasse R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos para investimento em benefícios sociais.

Chamada por especialistas de “PEC Kamikaze”, por conta dos riscos para a economia do país, a Proposta de Emenda à Constituição permitiu que R$ 21 bilhões fossem revertidos ao Auxílio Brasil entre agosto e dezembro deste ano. Dessa forma, o valor de pagamento passou a ser de R$ 600, e ainda foram inclusas mais 2,1 milhões de famílias como beneficiadas.

A medida também foi chamada de “PEC Eleitoreira” justamente por ter como intuito a reeleição do presidente. Este foi um dos alvos do seu oponente, quando Lula garantiu que vai liberar parcelas de R$ 600 a partir de 2023 no Auxílio Brasil. Claro que o pronunciamento gerou reações do chefe da União.

Auxílio Brasil de R$ 600 gera discussão entre candidatos

Em uma transmissão ao vivo no Facebook, o deputado André Janones (Avante-MG) que desistiu da sua candidatura à presidência, se reuniu com Lula onde o candidato petista afirmou que o pagamento de R$ 600 foi aprovado apenas para garantir a reeleição do seu oponente.

No dia 13 de agosto Bolsonaro participou do podcast “Cara a tapa”, e em entrevista ao apresentador Rica Perrone, respondeu as acusações. “Mentem como mentiam em 2018 que eu ia acabar com o Bolsa Família, que ia acabar com o seguro-defeso (dos pescadores). Nada acabou, nós combatemos as fraudes”, disse o presidente.

Ele também aproveitou para defender as mudanças que fez no programa social, ao aumentar o valor de pagamento do Auxílio Brasil em três vezes comparado ao valor do Bolsa Família. Na mesma entrevista, o presidente garantiu que já conversou com Paulo Guedes, ministro da Economia sobre a prorrogação dos R$ 600 a partir do próximo ano.

“Vão ser mantidos os R$ 600 de auxílio emergencial no ano que vem”, garantiu o presidente da República.

Enquanto isso, na live em que participou com Janones, Lula também colocou como promessa de campanha o pagamento de R$ 600 para o Auxílio Brasil. “Enquanto não acabar com a fome e a miséria não pode acabar com o auxílio emergencial. Você pode, inclusive, criar uma convulsão nesse país se tirar o pouquinho de possibilidade que esse povo tem”, disse Lula.

O candidato relacionou a prorrogação do pagamento a recuperação da economia, e afirmou que enquanto não há geração de empregos e diminuição da fome, o pagamento maior do auxílio não pode ser suspenso.

Quem são os eleitores em disputa

Quando fazem promessas sobre o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil, Bolsonaro e Lula disputam a preferência de votos de pessoas das classes C, D e E. São famílias que vivem com renda per capita de até R$ 210 por mês, e dependem deste benefício para complementar os poucos recursos que possuem.

Para ser elegível ao programa é preciso estar inscrito no Cadastro Único, base de dados que o poder público usa para reconhecer as famílias vulneráveis. Dando prioridades para aquelas compostas por crianças, gestantes e chefiadas por mulheres.

Na mais recente pesquisa BTG/FSB em que apenas recebedores do Auxílio Brasil são questionados sobre suas intenções de votos, Lula tem 61% da preferência entre esse público. Enquanto 24% prefere que Bolsonaro seja reeleito presidente do país, o que significa que três a quatro pessoas inscritas no programa não querem continuar com o mesmo presidente.

Enquanto isso, na pesquisa do Ipec que considera o público em geral e que foi divulgada em 16 de agosto, Lula lidera em 3 estados dos 6 que foram analisados. Enquanto Bolsonaro ocupa a primeira posição somente no Distrito Federal, sendo que no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul há empate técnico.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com