Na última sexta-feira (12), o Senado encaminhou ao Ministério da Economia a previsão orçamentária. O documento não prevê reajustes para os senadores e para os servidores da Casa. Porém, a cúpula já trabalha com aumento salarial para 2023 de até 9,6%.
Com o aumento salarial em 2023, os salários dos senadores poderiam ir para até R$ 37 mil. O possível reajuste será discutido durante a tramitação da lei orçamentária. Esse documento deve ser encaminhado ao Congresso Nacional até o fim do mês de agosto.
“O Senado discutirá esse tema por ocasião do debate da Lei Orçamentária Anual no Congresso Nacional”, informou por meio de nota a presidência do Senado. A consultoria da Casa tem trabalhado com três índices de reajuste, 8,7%, 9% e 9,6%.
A última proposta é a mais provável de aumento. Assim, caso seja aprovado o salário dos senadores passarão a ser entre R$ 36,7 mil e R$ 37 mil. O tema, que é considerado impopular junto à sociedade, deixará para ser discutido após as Eleições de 2022.
Aumento salarial dos ministros do STF
Na última quarta-feira (10), os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) enviaram ao Poder Legislativo uma proposta para elevação do salário da magistratura em 18% até julho de 2024.
Atualmente, o salário mensal dos ministros do STF é de R$ 39,3 mil. A proposta precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Com o possível aumento, o salário dos ministros, teto do funcionalismo, vai para R$ 46,3 mil.
A cúpula do Senado ressaltaram que o reajuste que deve ser proposto após as eleições será praticamente a metade da decisão dos magistrados. Essa decisão de reajuste inferior ao ideal é devido a atual situação de dificuldades econômicas enfrentadas pelo país.
Efeito cascata
Os reajustes solicitados estão levando outros servidores a pedirem aumento. Assim, está provocando um efeito cascata. Já se sabe que os ministros devem enviar uma proposta de elevação salarial a servidores da Justiça no mesmo percentual e período.
No início do ano, um reajuste aos policiais anunciado pelo Presidente Bolsonaro (PL) fez com que outras categorias fizessem greves pedindo o mesmo tratamento. Essa situação já havia sido prevista pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que comunicou ao Chefe do Executivo.
Mesmo assim, Bolsonaro ignorou o ministro e anunciou o aumento. Diante das manifestações e da impossibilidade de atender a todas as categorias, o reajuste foi cancelado. O intuito era agradar um dos seus principais grupos eleitorais.