Produção industrial RECUA em junho após 4 meses de alta

Em junho, a produção industrial brasileira recuou 0,4% em relação ao mês anterior. A queda recente acontece após quatro meses seguidos de alta no indicador. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (2).

O resultado de junho ficou abaixo do previsto pelo mercado. Conforme 24 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, a estimativa média era de uma queda de 0,3% na produção industrial — livre dos efeitos sazonais.

A última queda na produção industrial tinha acontecido em janeiro deste ano, de 1,9%. No primeiro semestre deste ano, o setor acumula retração de 2,2%. Já no acumulado em 12 meses, a queda chega a 2,8%. Esses dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, diante do resultado recente, existe uma acentuação do saldo negativo no ano (-0,5%) em relação ao nível de dezembro de 2021.

Macedo explica que “isso reflete as dificuldades que o setor industrial permanece enfrentando, como o aumento nos custos de produção e a restrição de acesso a insumos e componentes para a produção de bem final”.

Em meio a isso, o gerente da pesquisa afirma que “o comportamento da atividade industrial tem sido marcado por paralisações das plantas industriais, reduções de jornada de trabalho e concessão de férias coletivas”.

Com o resultado de junho, o setor ainda está 1,5% abaixo do nível pré-pandemia de coronavírus, registrado em fevereiro de 2020. O desempenho recente também está 18,0% abaixo do nível recorde, obtido em maio de 2011.

Desempenho das categorias do setor industrial

Das quatro grandes categorias do setor industrial pesquisadas pelo IBGE, três apresentaram queda na atividade em junho.

A principal retração foi observada no setor produtor de bens de capital, que caiu 1,5% em junho, após apresentar alta de 7,5% em maio.

O setor de bens intermediários retraiu 0,8% — o que representa a segunda perda consecutiva. No acumulo destes dois meses, a perda chega a 2,3%.

Os bens de consumo semi e não duráveis recuaram 0,7% em junho. Com isso, o setor interrompeu uma sequência de dois meses de alta — período em que houve aumento de 2,8%.

A única grande categoria que avançou em junho foi de bens de consumo duráveis, de 2,8%. No mês anterior, o crescimento tinha sido de 4,1%.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.