Rug Bull: conheça o novo golpe que tira MILHÕES dos investidores de criptomoedas

Cada vez mais o mercado de criptomoedas ganha espaço no Brasil. O aumento de compras online, utilização e fortalecimento da tecnologia Blockchain e a popularização do Bitcoin expandiram a atuação desse tipo de investimento. Atualmente, existem cerca de 20.000 tipos criptomoedas circulando no mercado nacional.

De fato, as criptomoedas são uma grande tendência motivada pelo consumo no âmbito digital. Além do poder de compra, os hábitos e as exigências por segurança, agilidade e menor custo de transação são quesitos que devem ser observados pelo consumidor que utiliza os serviços online para realizarem suas transações financeiras.

O Brasil é o 5º pais que mais contabiliza ataques cibernéticos, segundo uma consultoria alemã Roland Berger. Os crimes em nível global somatizam prejuízo de aproximadamente US$ 6 trilhões.

Além dos ataques cibernéticos, existem outros crimes muito práticos por pessoas que não necessariamente entendem de tecnologia. A pirâmide financeira é a mais conhecida dentre os golpes,  sendo atualmente chamada de Rug Pull.

Atentos a essas questões, o FDR convidou o gestor na Osten Moove, Fabiano Nagamatsu, para uma entrevista exclusiva. Abaixo, ele explica como se proteger no ambiente virtual e quais são as estratégias utilizadas pelos golpistas. Acompanhe:

O que é Rug Bull?

O termo Rug Pull significa puxar o tapete. Este golpe é um estímulo para que o mercado investidor através do senso comum de mercado de ações: compre na baixa e venda na alta. Isso ocorre através da influência de narrativas de pessoas influentes no mercado financeiro ou de negócios em geral, que estão ligados aos fundadores/criadores do criptoativo.

Estima-se que 40% das fraudes com criptomoedas no ano passado sejam decorrentes dos Rug pul, segundo relatório da Chainalysis.

Geralmente golpe de rug pull ocorre quando o criptoativo está em alto crescimento, como de uma música que está na parada em todas as rádios ou um vídeo que tem milhões de visualizações. Trata-se de uma manobra maliciosa para ganhar vantagens em curto tempo. Tem que ser muito arquitetado.

Como esse golpe vem sendo aplicado no mercado?

Um desenvolvedor de um criptoativo ou alguém ligado diretamente ao criptoativo lançado compra uma grande quantidade da moeda digital para valorizar e ter um percentual astronômico em curto prazo. Dessa maneira, aliada à uma boa campanha de marketing atrai interesse de diversos investidores (principalmente aqueles que não entendem do negócio, mas querem ganhar dinheiro fácil e rápido).

Assim, depois de valorizar muito o criptoativo, o desenvolvedor/criador que comprou muito no início para inflar, vende cerca de 90%, o que derruba consideravelmente o preço do criptoativo.

O golpe está somente dentro do mercado cripto? Por quê?

O golpe ocorre no mercado cripto, pois os golpistas utilizam de exchanges descentralizadas (DEX), que permitem listar criptomoedas ou criptoativos sem um processo de auditoria e verificação da idoneidade do planejamento sustentável do ativo. Além disso, essas corretoras decentralizadas são ambientes que permitem listagem de tokens a um baixo custo. Tudo o que o golpista necessita para desenvolver a fraude. Geralmente no golpe é normal que um criptoativo suba de 0 a 50 vezes em menos de 24 horas de lançamento (ICO).´

O golpe se intensifica mais no mercado de cripto, também porque existem outros investimentos em criptoativos como em DEFI (finanças descentralizadas), que propõe serviços de tokenização de seguros, transferências, investimentos, venda de precatórios, sem interferência de instituições financeiras ou bancárias.

Qual o público mais atingido pelo golpe? Por quê?

A característica do público mais atingido é aquela persona que quer ganhar dinheiro rápido e fácil. Que pensa em ser o “investidor inteligente” que multiplica rápido sem ter conhecimento amplo do criptoativo.

Esta persona geralmente passa ser classificada como FOMO (Fear of Missing Out), ou seja, o medo dos investidores ficarem de fora da oportunidade. Dessa maneira, são aqueles que vão na hype, na onda de uma turma desinformada conduzida pelos Rug Pulls (puxadores de tapetes).

O Golpe pode ser aplicado em empresas ou pessoas físicas?

O golpe é mais aplicado em pessoas físicas que possuem o desejo de ganhar dinheiro fácil e rápido. Como citado anteriormente.

Alguns cuidados e dicas para não cair no golpe:

  • Verifiquem quem são os desenvolvedores e criadores do projeto de criptoativo. Se tiver no anonimato, já é um ponto de atenção;
  • Analise bem o White paper (documento que apresenta todas as informações sobre o projeto, governança, equipe, planejamento de como os criptoativos serão sustentáveis) – uma espécie de Business Plan
  • Investigue as discussões e comentários acerca do criptoativo nas comunidades. Analise as narrativas e direcionamento dos propósitos e proposta de valor. Lembre-se, o que é muito fácil, é passível de preocupação;
  • Consulte se os criptoativos não estão concentrados em poucas carteiras digitais.
  • Verifique sites, redes sociais e se há envolvimento de famosos;
  • Confira se o marketing é extremamente agressivo. Cuidado!

Existe a possibilidade de recuperar ou minimizar os prejuízos de quem caiu no golpe?

É quase que impossível, pois geralmente esse golpe é arquitetado, ou seja, feito para não deixar rastros. Os desenvolvedores ou criadores do criptoativo já articulam e manipulam o mercado e sabem o momento que vão atacar. E por desvalorizar o criptoativo e reduzir quase a zero, dificilmente o que resta é suficiente para remunerar todos que estão na cadeia do investimento. Normalmente, o criptoativo é retirado da Exchange.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.