Em junho, a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou 0,67%. No mês anterior, o indicador tinha acelerado 0,47%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na última sexta-feira (8).
A inflação de junho foi a maior taxa o mês desde 2018, quando tinha ficado em 1,26%. No acumulado em 12 meses, o IPCA acelerou para 11,89%. Nos 12 meses imediatamente anteriores, o indicador tinha sido de 11,73%.
Em junho, a inflação ficou abaixo do previsto pelo mercado. Conforme levantamento do Valor Data, com 40 instituições financeiras e consultorias, o IPCA esperado era de 0,71%.
Fatores que impactaram na inflação de junho
O gerente da pesquisa, Pedro Kislavov, informa que a inflação de junho foi influenciada pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%) — com destaque para a refeição (0,95%) e lanche (2,21%).
Segundo Kislanov, nos últimos meses, esses itens não seguiram a alta de alimentos nos domicílios, como o tomate e a cenoura, e permaneceram estáveis.
“Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços”, prossegue.
Em junho, os nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE registraram aumento dos preços. A maior variação foi observada no grupo Vestuário (1,67%). Já o maior impacto foi do grupo Alimentação e bebidas (0,80%), que representou 0,17 ponto percentual da inflação mensal.
- Vestuário: 1,67%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,24%
- Alimentação e bebidas: 0,80%
- Transportes: 0,57%
- Artigos de residência: 0,55%
- Despesas pessoais: 0,49%
- Habitação: 0,41%
- Comunicação: 0,16%
- Educação: 0,09%
Ao considerar os itens com maior reflexo individual no IPCA de junho, se destacou o plano de saúde (2,99%). Este representou 0,10 ponto percentual da inflação no período.
Essa alta acontece após a reajuste de 15,5% para os planos individuais. Essa determinação da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) ocorreu em 26 de maio.
Em Transportes, houve salto de 11,32% nas passagens aéreas. No acumulado em 12 meses, a elevação chegou a 122,40%.
Ao analisar os combustíveis, o óleo diesel aumentou 3,82%. Apesar disso, a gasolina registrou queda de 0,72%, e o etanol caiu 6,41%. A energia elétrica também recuou (-1,07%).
No caso dos alimentos, os destaques negativos foram os aumentos do leite longa vida (10,72%) e feijão-carioca (9,74%). Na outra ponta, foi observada uma queda nos valores da cenoura (-23,36%), cebola (-7,06%), batata-inglesa (-3,47%) e tomate (-2,70%).