Em junho, o bitcoin registrou queda de 37%. Essa foi a segunda maior desvalorização mensal desde a criptomoeda começou a circular, em 2009. Essa queda mensal foi melhor somente em relação a agosto de 2011, quando tinha recuado 38,6%.
No início de junho, o bitcoin era cotado a US$ 31 mil. Por volta da metade do mês, a criptomoeda recuou para US$ 17,7 mil. Apesar disso, a cripto registrou leve alta nos dias seguintes. Ela encerrou o sexto mês do ano por volta de US$ 19.209, conforme dados do agregador CoinGecko.
O bitcoin ainda registrou a pior perda trimestral em 11 anos. No início de abril, a criptomoeda estava sendo negociada a US$ 45 mil. Desde então, a moeda digital teve uma perda de 56,2%, segundo a plataforma de análise de criptomoedas Coinglass.
Considerações de especialistas sobre a desvalorização do bitcoin
Ao CoinDesk, o presidente da companhia de investimento em criptomoedas Centurion & Co., Ali Kassab, a desvalorização do bitcoin aconteceu por diversos fatores.
Ele cita as políticas monetárias dos bancos centrais, as elevações da inflação — devido à pandemia de coronavírus — e prosseguimento da guerra na Ucrânia.
O executivo ainda alega que o valor do bitoin foi impactado por eventos negativos da indústria de criptomoedas, “do colapso da TerraUSD (UST) à liquidação da Three Arrows Capital e às demissões intermináveis”.
De qualquer modo, Kassab espera que, em julho, os investimentos institucionais “influenciem” a criptomoeda e desenvolvam “um melhor preço de desempenho”.
Outros traders consultados pelo CoinDesk, como Chris Terry, da plataforma de empréstimos SmartFi, preveem que, no curto prazo, o bitcoin será negociado em um intervalo muito estreito.
No começo desta semana, no fórum anual do Banco Central Europeu (BCE), os bancos centrais reforçaram as preocupações sobre elevações de taxas.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, reformou o compromisso da autoridade monetária em elevar os juros para diminuir a inflação.
Em meio a este cenário, alguns passaram a prever que o bitcoin ainda não chegou ao fundo. Apesar disso, também há aqueles que apresentam otimismo de que, possivelmente, a cripto se recupere — e registre novas máximas históricas.