Golpes envolvendo criptomoedas são cada vez mais comuns e fazem vítimas, inclusive, entre os famosos. Dessa vez, foi o casal Sasha Meneghel, 23, filha da apresentadora Xuxa Meneghel, e João Figueiredo, 22, caírem num golpe envolvendo os ativos digitais.
Eles dizem ter sido lesados em cerca de R$ 1,2 milhão de reais em uma operação de “locação de criptomoedas”, que deveria dar um retorno de 8,5%. A empresa em que o casal investiu é a Rental Coins, de Francisley Valdelino da Silva, conhecido como “sheik das criptomoedas”.
O casal conheceu Francisley em um culto da igreja evangélica em que frequentam. Eles teriam sido convencidos a investir, inicialmente, R$ 50 mil, com a promessa de obter o retorno de 8,5%, bem acima da média de mercado. Depois, assinaram mais dois contratos, que juntos somaram cerca de R$ 1 milhão.
Mas após não obterem os rendimentos prometidos, Sasha e João Figueiredo entraram com um processo na Justiça contra Francisley, alegando fraude e dano moral. A ação está sendo analisada pela 14ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná.
Ao jornal O Globo, o empresário afirmou que suas empresas estão passando por uma “reestruturação”, o que o impediria de pagar os rendimentos prometidos a Sasha, João Figueiredo e outros clientes.
Barras de ouro e lucro de 13,5%
O “sheik das criptomoedas” já é investigado por suspeita de aplicar golpes em cerca de 20 moradores de Apucarana, no Paraná. Para todas elas, ele prometeu rendimentos entre 8,5% e 13,5%, bem acima da média do mercado.
Para atrair as vítimas, Francisley mostrava itens de grande valor na sede da sua empresa, incluindo baús com barras de ouro e “zeits”, que são pequenas bolinhas de ouro.
O golpista, inclusive, já foi sócio do Pastor Silas Malafaia em uma empresa chamada AlvoX Negócios, que comercializa produtos variados, como perfumes, suplementos, palestras e até pacotes de viagem.
O histórico de Francisley inclui, ainda, uma tentativa de assassinato contra um de seus funcionários, ocorrida em abril de 2021. Gabriel Grabarski, 24, diretor-executivo da Compralo, uma das centenas empresas abertas pelo “sheik”, foi atingido por quatro tiros, mas conseguiu sobreviver. O mandante do crime seria algum rival no negócio de criptos.
A suspeita é de que Francisley, por meio de suas empresas, aplique esquemas de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, uma prática cada vez mais comum. Em agosto do ano passado, por exemplo, foi preso o empresário Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “faraó dos bitcoins”, suspeito de também organizar um esquema de pirâmide envolvendo mais de R$ 1 bilhão em Ether (ETH).