O ex-ministro da educação, Milton Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal na última semana. Ele é acusado de crime de corrupção e desvio de verba, ao dar preferência na destinação de dinheiro público para “amigos” de dois pastores. Em um áudio vazado, Ribeiro menciona que o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a alerta-lo sobre as investigações da Polícia Federal.
No áudio em questão, o ex-ministro conversa com sua filha. E diz, “hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? (…)”. E continua “ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa (…).
De acordo com informações trazidas pelo Globo News, este áudio foi enviado em 9 de junho, ou seja, 13 dias antes da operação que prendeu Milton Ribeiro. O momento não passou despercebido pelas autoridades.
Integrantes da PGR (Procuradoria-Geral da República) e do MPF (Ministério Público Federal) acreditam que somente a menção do presidente Bolsonaro já é o suficiente para iniciar uma investigação.
Segundo integrantes destes dois órgãos que foram ouvidos pelo portal UOL, caso o presidente vire alvo de investigações, pelo menos três crimes podem ser abordados. Como: favorecimento pessoal, violação de sigilo funcional e obstrução de justiça.
Ainda não se sabe como essa história vai se desenrolar, porque existe a possibilidade do inquérito contra o ex-ministro atrasar com a investigação contra Bolsonaro.
Quem vai decidir o destino deste caso é o procurador-geral da República, Augustu Aras.
Caso de corrupção no MEC
Desde março deste ano Milton Ribeiro tem sido investigado pelo caso de corrupção no MEC. Ele foi acusado de favorecer com verba pública municípios cujo prefeitos eram próximo aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
Quando um áudio de Ribeiro foi vazado, naquela época, o presidente Bolsonaro já havia sido mencionado. Na ocasião, o ex-ministro disse que o favorecimento à pedido dos pastores era uma ordem dada pelo presidente.
Ainda que tenha sido mencionado, Jair não foi acusado de nenhum crime. Isso porque, a vice procuradora-geral da República, Lindôra Angela, recusou o pedido para inclui-lo no inquérito de corrupção do MEC.
No dia 22 de junho, tanto Milton Ribeiro como os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, chegaram a ser presos por esse processo. Mas, foram soltos no dia seguinte por ordem do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).