Chega nesta terça-feira, 28, ao Palácio do Planalto a proposta que aumenta o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600. A ideia surgiu da própria equipe de Jair Bolsonaro (PL), e tem como objetivo aumentar a popularidade do atual presidente que busca a reeleição neste ano.
A relação entre o valor do Auxílio Brasil e a popularidade de Bolsonaro não surgiu à toa, mas baseada em evidências. No segundo semestre de 2020, mesmo sendo o auge da pandemia, a aprovação do presidente era de em média 50%. Isso porque, naquela época estava sendo pago o auxílio emergencial de R$ 600.
Naquela época, pelo menos 67,9 milhões de brasileiros estavam recebendo o benefício. A quantia movimentou a economia do país, ao garantir que as famílias tivessem alguma fonte de renda para comprar alimentos, ir às feiras e supermercados.
Especialistas acreditam que seja por isso que o atual presidente tenha tanto interesse em aprovar o aumento do benefício. Acontece que os impactos favoráveis a Bolsonaro não devem ser como em 2020.
Um dos motivos está relacionado ao número de pessoas que receberão o pagamento. Em 2020 era um terço da população brasileira, hoje o Auxílio Brasil paga 18,1 milhões de famílias vulneráveis.
Outro motivo, levantado por Silvio Cascione colunista do Estadão, é que esta aprovação chega muito perto das eleições. Serão menos de 100 dias entre o início da medida e a votação em 2 de outubro.
De acordo com a pesquisa do Datafolha divulgada em 24 de junho, 70% dos brasileiros já estão decididos em quem vão votar no primeiro turno das eleições. E Bolsonaro ocupa o segundo lugar neste ranking, pelo menos entre a maioria dos entrevistados.
O levantamento mostra que 47% dos entrevistados preferem Lula (PT), enquanto 28% defende a reeleição de Bolsonaro. Outros 7% apoiam o nome de Ciro Gomes (PDT).
Ainda assim, a equipe de apoio do atual presidente depositam forças em agradar a parcela mais pobre do país. Além de aumentar o valor do benefício, serão inclusos mais beneficiados no vale gás, e entra em discussão o auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros.
Mudanças no Auxílio Brasil
Caso sejam aprovadas, as mudanças no Auxílio Brasil começam a partir de julho. No entanto, será preciso decretar estado de emergência no país, isso porque é proibido investir nos programas sociais em ano eleitoral.
Hoje, recebem o salário 18,1 milhões de famílias, com valor mínimo de R$ 400. Não foi dito nada em relação a subir o número de beneficiários. Os já aprovados receberão parcelas mínimas de R$ 600.