Há algum tempo, o mercado demonstra ser favorável à privatização da Petrobras. No fim de maio, o governo indicou planos de desestatizar a empresa, o que chamou a atenção de muitos. No entanto, apesar dessas propostas recentes, ainda há incredulidade, conforme analistas consultados pelo Valor.
No final de maio, junto ao Ministério da Economia, o Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou pedido de inclusão da Petrobras na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
O MME, em comunicado, indicou que a qualificação da empresa no Programa “tem como objetivo dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à desestatização da empresa”.
A parta argumenta que “o processo é fundamental à atração de investimentos para o país e para a criação de um mercado plural, dinâmico e competitivo, o qual promoverá ganhos de eficiência no setor energético e uma vigorosa geração de empregos para os brasileiros”.
Em ofício encaminhado pelo MME, a Petrobras declara que a deliberação pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos aconteceria em de 2 junho deste ano.
Mercado não acredita na privatização da Petrobras
Com a proximidade das eleições, Jair Bolsonaro — que demonstra insatisfação com a inflação atual — tem interesse em privatizar a Petrobras. Em meio ao aumento no preço dos combustíveis, o presidente da República vem atacando a estatal.
Mesmo que analistas e gestores considerem que seria melhor tirar o Estado do controle da venda de combustíveis, na prática, a teoria parece ser diferente.
Segundo o sócio da gestora 051 Capital, Flávio Aragão, “soa até como brincadeira, uma piada, essa possibilidade aparecer justo agora”.
“O governo mal conseguiu se organizar para fazer uma privatização mais estruturada da Eletrobras”, complementa. Aragão considera ser inexistente a possibilidade de uma privatização desse porte — em um ano eleitoral.
O diretor de investimentos da Finacap, Luiz Fernando Araujo, observa com bons olhos a desestatização da Petrobras. Contudo, ele apresenta incredulidade na operação.
Araujo afirma que falta pouco tempo até as eleições “para este governo colocar alguma coisa em prática”.
Além disso, o especialista indica que o candidato Lula, que lidera as pesquisas, não é favorável à privatização. “Então acho muito pouco provável que algo de fato aconteça”.