Recentemente, as debêntures incentivadas vêm chamando a atenção dos investidores, principalmente os de varejo. Essa tendência tem acontecido em meio à maior atratividade da renda fixa, que está sendo favorecida pelo ciclo de alta da taxa Selic, segundo apurado pelo InfoMoney.
Entre janeiro e maio deste ano, as pessoas físicas representam 30,4% do volume captado com debêntures incentivadas, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os números se referem ao momento da oferta.
Em relação à participação observada no mesmo período do ano passado, o número quase dobrou. Esse nível não leva em consideração se o investidor se desfez da aplicação depois da compra.
Além de ser Isento de Imposto de Renda, as debêntures incentivadas são atrativas pelo tipo de remuneração.
Ao InfoMoney, a head de alocação da Braúna Investimentos, Catherine Menezes, afirma que — diante do panorama de alta e persistente inflação —, as emissões agradam porque grande parte oferece a inflação acrescida de uma taxa de juros prefixada.
Atualmente, investimentos iguais a esse passam a se destacar. Isso porque o governo vem buscando aprovar medidas para diminuir o valor dos combustíveis. Mesmo que exista a tentativa de reduzir a inflação deste ano, há a perspectiva de renovação no próximo.
Outro aspecto favorável é que grande parte das emissões tem foco em setores resilientes — com contratos que tendem a seguir reajustes inflacionários. Exemplos são os segmentos de concessões de rodovias e energia elétrica.
Como funcionam as debêntures incentivadas
As debêntures incentivadas são títulos de crédito privado, emitidos por empresas de variados setores. Essas aplicações, que integram a renda fixa, possuem o objetivo de captar recursos para custear grandes obras no país. Diante disso, as companhias possuem apoio do governo com a proposta de melhorias para todos.
Esses investimentos contam com algumas vantagens. Além da isenção de IR, os cidadãos podem ter ganhos maiores do que em outras modalidades, proteção contra a inflação e diversificação de risco.
Apesar disso, existem alguns pontos negativos. As debêntures incentivadas não possuem amparo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Sendo assim, caso exista algum problema com a empresa — que a impossibilite de pagar os títulos —, o investidor pode perder dinheiro.
Outros fatores negativos são o risco de liquidez — por conta dos prazos maiores para resgate —, e as oscilações do mercado.