Notou algo diferente nos seus investimentos hoje? Pode ter sido o come-cotas; confira quando é cobrado

Nesta terça-feira (31), acontece a cobrança do primeiro come-cotas deste ano. Esse termo se refere ao recolhimento antecipado de Imposto de Renda sobre ganhos de variados fundos de investimento.

Notou algo diferente nos seus investimentos hoje? Pode ter sido o come-cotas; confira quando é cobrado
Notou algo diferente nos seus investimentos hoje? Pode ter sido o come-cotas; confira quando é cobrado (Imagem: Montagem/FDR)

A cobrança do come-cotas acontece duas vezes ao ano: no último dia de maio e no último dia de novembro. O imposto é cobrado automaticamente.

Esse recolhimento antecipado de Imposto de Renda vale para fundos de renda fixa, multimercados, cambiais e de crédito privado. Outras carteiras — como imobiliários (FIIs), de ações, debêntures incentivadas e de fundos listados em bolsa (ETFs) — não passam pela incidência de come-cotas.

A incidência do imposto acontece apenas se existir ganho de capital no período, ou seja, se houver valorização da cota nos últimos seis meses. Sendo assim, caso o fundo tenha registrado perda, não existirá cobrança.

Na primeira cobrança do come-cotas, a Receita Federal leva em conta a valorização desde a compra das cotas do fundo. Já a partir da segunda cobrança, há a realização do cálculo sob a diferença dos últimos seis meses.

Come-cotas deve recolher bilhões de investidores

Neste come-cotas, o recolhimento deve ser de R$ 8 bilhões, segundo estimativa do consultor financeiro e colunista do Valor Investe e da CBN, Marcelo d’Agosto. Provavelmente, a incidência deve alcançar uma marca histórica.

O valor previsto a ser arrecadado é acima do dobro visto em maio do ano passado, e 41,5% maior do que o observado em novembro de 2021.

A grande fatia da cobrança ocorre, principalmente, porque o patrimônio líquido dos fundos de investimentos praticamente dobrou — aumentando de R$ 4 trilhões para R$ 7 trilhões.

Além disso, o nível maior da taxa básica de juros do país — que, naturalmente, impulsiona os ganhos dos investimentos — também favorece a elevação de arrecadação do imposto.

Em novembro do ano passado, a taxa Selic estava em 7,75% ao ano. O índice chegou à marca dos 12,75% ao ano. Ou seja, houve uma elevação de cinco pontos percentuais na taxa básica de juros — que é utilizada como parâmetro para rendimentos de renda fixa.

Ainda vale destacar que os fundos, geralmente, procuram entregar resultados maiores do que esse nível para os investidores.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.