Na noite desta segunda-feira (23), o Ministério de Minas e Energia anunciou a demissão de José Mauro Ferreira da presidência da Petrobras. Para o lugar dele, o governo Bolsonaro indicou Caio Mário Paes de Andrade, auxiliar do ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia.
José Mauro Ferreira foi dispensado da presidência da Petrobras após 40 dias no cargo. Ele foi o terceiro comandante da empresa no governo Jair Bolsonaro. Os anteriores — que também foram demitidos — foram Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna.
A nova indicação depende de aprovação pelo Conselho de Administração da Petrobras. Por ser acionista majoritário da companhia, o governo tem maioria de participação.
Diante da escalada no preço dos combustíveis, os três ex-presidentes sofreram pressão. De todos eles, Bolsonaro cobrou que fossem contidos os valores. O presidente da República pressionou que a estatal não reajustasse os preços.
Desde 2016, a empresa adota o critério de paridade internacional. Essa política faz que o valor dos combustíveis oscile conforme a cotação do barril do petróleo no mercado internacional e também segundo a variação do dólar.
Segundo apurado pela Reuters, Bolsonaro demitiu José Mauro Ferreira Coelho após a companhia se recusar a vender combustíveis com desconto aos consumidores, alertando que isso provocaria escassez de diesel.
Ações da Petrobras sentem impactos após mudança na Petrobras
Os agentes de mercado entenderam como negativa a mudança na presidência da Petrobras. Isso porque a alteração reforça a insatisfação do governo Bolsonaro e a elevação de temores de interferência na estatal.
Diante dessa notícia, as ações da Petrobras registraram queda nesta terça-feira (24) na bolsa de valores. As ações ordinárias (PETR3) fecharam em queda de 2,85%, a R$ 34,40. Já as ações preferenciais (PETR4) recuaram 2,925, a R$ 31,60.
Na semana passada, ao ser perguntado sobre uma possível mudança na presidência da Petrobras, Bolsonaro alegou que a decisão era de responsabilidade do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
Sachsida tem posicionamento favorável à alteração na fórmula de preços da companhia. Ele há pediu estudos para constatar a viabilidade de uma possível privatização da empresa.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, a demissão de José Mauro Coelho é a primeira de um conjunto de mudanças que o governo pode promover na Petrobras.