A greve iniciada pelos servidores do INSS já passa de um mês e segue sem previsão de acabar. O protesto foi iniciado visando chamar a atenção do Governo Federal para as demandas da autarquia, melhorando a estrutura física e administrativa dos atendimentos.
Os servidores do INSS também clamam por reajuste salarial, diante da alegação que a remuneração não condiz com tamanhas responsabilidades. Segundo os trabalhadores do instituto, a reposição salarial está acumulada há três anos.
Uma outra alternativa vista como necessária na distribuição das demandas e que também é aclamada pelos servidores do INSS é a abertura de um novo concurso público para recompor o efetivo. As melhores condições de trabalho já são uma parte constante desta pauta que vem à tona eventualmente.
Rita de Cássia Farias é assistente social do INSS na unidade de Sombrio (SC) e representante do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sindprevs-SC). Segundo ela, os servidores do INSS não são amparados por uma correção salarial desde 2015.
Durante todo este tempo, a defasagem já alcança cerca de 50%. Entretanto, os trabalhadores pedem pela reposição na margem de 19,99% equivalente apenas aos últimos três anos, conforme mencionado. Rita lembra que desde 2015 já ocorrem greves baseadas nos mesmos clamores.
Rita de Cássia lembra que outro problema enfrentado pelos servidores do INSS se encontra no efetivo, considerando que a autarquia não tem uma recomposição mesmo em meio a várias aposentadorias e afastamentos.
A negligência nesta circunstância gera o acúmulo de demandas, sendo que, desde 2019 a perda na mão de obra foi acentuada. Ao todo, foram mais de 20 mil servidores desligados do INSS por todo o Brasil.
Esta defasagem afeta diretamente os segurados da autarquia, um exemplo é o acúmulo de três milhões de processos na fila de espera virtual do INSS Digital, além de mais de um milhão de segurados na fila da perícia médica. Todo essa situação decorre da falta de atendimentos adequados nas agências combinada à redução do efetivo.
“Não há servidores suficientes e estão adoecendo. Houve um aumento crescente de servidores afastados. Para suprir a falta de servidores, o INSS está implantando sistemas. Em alguns casos a análise está sendo automática, pelo próprio sistema. É a indicada? Isso não traz prejuízo para a análise?”, questionou.