Nesta quarta-feira (4), as ações da XP, negociadas em Nasdaq, registraram forte queda. Na mínima da manhã, os papéis chegaram a cair 18,5%. Apesar disso, os ativos diminuíram as perdas ao longo do pregão, e fecharam em desvalorização de 7,46%, a US$ 21,83.
As ações da XP caíram na bolsa de valores após os investidores repercutirem negativamente o balanço do primeiro trimestre, divulgado no dia anterior.
A companhia registrou captação líquida de R$ 46 bilhões nos três primeiros meses do ano. Isso representa uma diminuição de 33,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A XP encerrou o trimestre com uma base de 3,504 milhões de clientes ativos. Na base anual, foi observado um crescimento de 17%. Contudo, em relação ao encerramento de dezembro, o número foi quase estável. Há três meses, o total tinha sido de 3,416 milhões.
Já a receita bruta da empresa chegou a R$ 3,2 bilhões, o que representa uma elevação anual de 17%. Contudo, existiu uma diminuição de 5,1% na base trimestral.
O lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre deste ano. Isso representa um aumento de 14% em comparação aos três primeiros meses de 2021, e uma queda de 14,3% em relação ao último trimestre do ano passado.
Perspectivas para as ações da XP
O mercado apresenta um tom mais cético sobre as ações da XP. Mesmo que os ativos já apresentem fortes perdes neste ano, analistas consideram que o pior ainda não passou.
Os analistas da UBS consideram que os resultados do primeiro trimestre mais fracos do que o previsto, e também um balanço ainda muito grande, devem manter os papéis da XP sobre pressão.
O UBS avalia que a possíveis vendas de participação, pelo Itaú e Itaúsa, da XP devem manter pressionando o preço dos ativos.
O Credit Suisse destaca que a contenção de custos auxiliou a evitar uma maior falha no patamar de Ebitda. No entanto, os analistas se questionam até que ponto isso pode afetar o crescimento futuro.
Mesmo com o destaque na administração durante o call de março ter sido consideravelmente melhor do que a receita média líquida nos dois primeiros meses do ano, os analistas acreditam que o cenário segue desafiador.
O UBS e Credit Suisse possuem recomendação neutra para as ações da XP.